Seleção brasileira universitária de futsal feminino terá técnico e atleta cearenses no Mundial

Wilson Sabóia e Flávia Mayane participam do torneio em Portugal

Legenda: Mayane fala da expectativa de representar o Brasil no Mundial Universitário.
Foto: Kely Pereira/Unifor

O Ceará terá dois representantes no Campeonato Mundial Universitário de Futsal. Wilson Sabóia vai estrear como técnico da seleção brasileira na categoria e a pivô Flávia Mayane como atleta. A dupla compõe a equipe feminina que vai disputar o torneio entre 18 e 24 de julho, em Portugal. A competição é organizada pela Federação Internacional do Esporte Universitário (FISU) e realizada a cada dois anos.

"Dá frio na barriga só de pensar no tamanho do compromisso que teremos. Farei de tudo para que o meu melhor esteja à altura do desafio. Como equipe, tenho certeza que iremos bem. Nossa comissão técnica tem profissionais excepcionais, que estarão jogo a jogo nos orientado e ajustando os detalhes para que possamos exercer o melhor do nosso futsal. Tenho certeza que nos doaremos ao máximo para que esse título volte para o Brasil", disse a atleta.

Aos 23 anos, Mayane vai estrear na competição. É a única cearense das 14 convocadas. A atleta natural de Limoeiro do Norte compete pela Unifor desde 2016. Já formada em Energias Renováveis, ela está no terceiro semestre de Educação Física. A bola no pé começou aos sete anos, quando driblava os meninos do bairro. O palco era o campinho atrás da própria casa. 

Imagem mostra jogadora de futsal
Legenda: Mayane vai estrear no mundial de futsal universitário.
Foto: Kely Pereira/Unifor

Por causa da família, a pivô sempre foi próxima ao esporte, em especial o futebol. Juntos, participavam das Olimpíadas Comunitárias em Limoeiro, competindo em várias modalidades. Depois de se destacar na competição, ainda aos 11 anos, ela foi chamada para jogar na equipe adulta da cidade. 

Ela encarou o desafio de sair de casa e morar longe da família para buscar os sonhos.  Em 2016, Mayane aterrissou na Unifor para disputar o Cearense Sub-20. No ano seguinte, subiu para o time adulto. 

“Priorizei oportunidades que facilitassem os estudos, porque sempre pensei em me resguardar para o meu “pós” atleta, que sabemos que é um caminho incerto no nosso país. A Unifor me abriu as portas também para poder competir em alto nível no esporte que amo. Quando recebi o convite, hesitei brevemente por ser fora da minha cidade, mas com o apoio da família eu aceitei e me mudei para Fortaleza para jogar futsal e estudar”, relembrou.

Aliar esporte e estudo é um desafio. Manter-se em alto nível na sala de aula e dentro das quadras e organizar tudo isso na rotina também faz parte da vida de atleta. 

“Se eu disser que é fácil, estou mentindo. A Unifor tem isso como um super ponto positivo: ela te auxilia a ser realmente um aluno-atleta, onde você tem que ter estratégias para se manter bem e concentrada nas duas áreas: esportes e estudos”, revelou. 

Em 2018, representando a Unifor nos Jogos Universitários Brasileiros (JUBS), veio a lesão no ligamento do joelho direito. Ela havia acabado de ser campeã sul-americana com a Seleção Brasileira Sub 20. Após nove meses longe das quadras, agora tem o desafio de vestir a camisa brasileira na seleção universitária.

Homem em quadra de futsal
Legenda: Além de técnico da Seleção Brasileira feminina de Futsal, Wilson vai comandar o time universitário em Mundial.
Foto: Kely Pereira/Unifor

Mayane vê no técnico Wilson Sabóia a maior inspiração no esporte. Ele foi o grande responsável por moldá-la como atleta e estará ao lado dela estreando como técnico da seleção feminina universitária de futsal. Convidado pela CBDU, ele já participou do torneio como auxiliar técnico em Braga (2012) e em Málaga (2014). O Brasil venceu todas as edições que disputou. 

A equipe deve viajar para Portugal no dia 10 de julho e realizar alguns treinos antes do torneio. Sabóia, que também comanda a seleção feminina de futsal do Brasil e o time da Unifor, convocou 14 atletas universitárias com idade entre 18 e 25 anos.

“A perspectiva é boa. Essas atletas nunca jogaram mundial. Há a pressão de representar o país, mas creio que junto com a gestão técnica e a CBDU dá para fazer um excelente trabalho. Costumo dizer que o processo é mais importante que o produto final. O resultado vai depender muito do que vai acontecer no treinamento, e as atletas entenderem como a gente quer propor a equipe ofensiva e defensivamente. São 14 excelentes atletas individualmente, e o desafio é transformar essa excelência individual em coletiva. Espero o melhor resultado possível e trazer para o nosso país esse título”, concluiu o treinador.

Imagem mostra montagem com fotos
Legenda: Veja alista de convocadas para a seleção brasileira universitária de futsal.
Foto: Divulgação/CBDU


Assuntos Relacionados