Os bens estão avaliados em R$ 8 milhões, o de maior valor é o imóvel, que tem lance mínimo de R$ 6,5 milhões
Os bens do senador e ex-jogador Romário (PL-RJ), avaliados em R$ 8 milhões, serão leiloados por determinação da Justiça do Rio de Janeiro. A lista do patrimônio incluí dois carros de luxo — um Porsche e um Audi —, além de uma lancha e uma casa em um condomínio na Barra da Tijuca. As informações são do jornal Extra.
O valor arrecadado na venda dos itens será usado para quitar a dívida do parlamentar com uma empresa que foi sócio, o restaurante Café do Gol, mas que rompeu contrato há 20 anos.
O leilão é realizado em uma plataforma virtual e os interessados já podem oferecer lances. O prazo para participar é até o dia 7 de julho, no entanto, caso os valores solicitados não sejam atingidos, uma nova rodada será aberta por mais uma semana. Na segunda etapa, se necessária, os lances mínimos cairão à metade.
Além de reconhecer a dívida, cujo pagamento vem sendo postergado há mais de uma década, a decisão judicial confirma a real propriedade dos bens, que estavam registrados no nome do senador, Zoraidi Faria. Documentos colhidos pelo processo provaram que ela não possuía poder aquisitivo para adquirir os objetos.
A dívida de Romário com a empresa gira em torno de R$ 20 milhões, conforme o jornal.
Patrimônio leiloado
De todos os bens que estão sendo colocados a leilão a casa é o de maior valor, com lance mínimo de R$ 6,5 milhões. O terreno tem 1.575 metros quadrados e conta com piscina e campo de futebol.
A irmã de Romário disse, durante o processo, que o imóvel seria um bem de família, portanto, não poderia ser leiloado. Mas a Justiça determinou que o real dono é o senador.
Em 2018, ao O Globo, o ex-jogador negou ser dono da residência, que dizia pertencer à irmã, porém a versão foi desmentida por documentos e pelo depoimento da vendedora da casa, que disse em entrevista ter vendido a casa a Romário.
Também fazem parte do acervo uma lancha, que fica na Marina da Glória, e está avaliada em R$ 812 mil; um Porsche, de R$ 338 mil; e um Audi, de R$ 397 mil. Procurado pelo Extra, Romário não se manifestou.
Bens em nome de terceiros
Uma reportagem do O Globo, de 2018, mostrou que o senador usava o nome de terceiros para ocultar o patrimônio. Na época, dois apartamentos em um prédio na orla da Barra já haviam sido leiloados, também para quitar passivos judiciais.
O método de deixar bens registrados formalmente com terceiros foi registrado durante a longa batalha judicial — um dos processos data de 2001 — por uma das magistradas responsáveis pelo caso.
“O expediente é tal flagrante que não pode ser ignorado. Não é preciso maior dilação para se concluir pela ocultação de patrimônio para fraudar credores”, escreveu a juíza, em um despacho de outubro de 2017.