Quem vai levar a bandeira do Brasil nas Olimpíadas 2024? Conheça a atleta Raquel Kochhann

A catarinense, de 31 anos, está indo para sua terceira Olimpíada

Legenda: A carreira de Raquel no esporte começou no futebol, como zagueira das categorias de base do Juventude, de Caxias do Sul
Foto: Gaspar Nóbrega/COB

A capitã da Yaras, como é conhecida a seleção brasileira feminina de rúgbi, Raquel Kochhann será uma das porta-bandeiras do Time Brasil na Cerimônia de Abertura de Paris 2024. A catarinense, de 31 anos, está indo para sua terceira Olimpíada, contudo, diferentemente das outras duas, Raquel vai a Paris-2024 após vencer um câncer de mama

A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos marca o início das disputas que envolvem os melhores atletas de todo o mundo. Nela acontece, também, a apresentação dos esportistas que defenderão seus respectivos países, cujo, alguns deles, são escolhidos para levar a bandeira de seu país durante a cerimônia.

LESÃO E MUDANÇA DE PLANOS

A carreira de Raquel no esporte começou no futebol, como zagueira das categorias de base do Juventude, de Caxias do Sul. Porém, os rumos mudaram quando ela sofreu um entorse no pé e acabou cortada da seleção brasileira sub-17.

Após a lesão, ela decidiu se afastar do futebol e se dedicar aos estudos, e entrou no curso de Educação Física. Já na universidade, foi nele que, aos 19 anos, ela conheceu o rúgbi e, logo aos 22, estreou pela seleção brasileira.

Desde então, essa será a terceira participação olímpica da atleta: primeiro na Rio 2016 e depois em Tóquio-2020. Nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, e de 2023, em Santiago, ela foi medalhista de bronze com as Yaras. Em 2017, Raquel recebeu do Comitê Olímpico do Brasil (COB) o título de melhor atleta do ano no rúgbi.

SUPERAÇÃO

Apesar do histórico vencedor, esse foi um ciclo olímpico difícil para a capitã. Raquel chega a Paris 2024 após vencer quase dois anos de um tratamento de câncer de mama. Em 2022, Raquel se recuperava de uma lesão no joelho quando foi examinada por um médico que detectou um nódulo no seio.

Ainda no mesmo ano, o caroço chegou a dobrar de tamanho, quando veio o diagnóstico de câncer. Após o diagnóstico da doença, Raquel decidiu, por conta própria, fazer uma mastectomia bilateral preventiva. Porém, depois, em novos exames, descobriu que o câncer havia se espalhado para o osso do esterno (também conhecido como “osso do peito”).

Após o novo diagnóstico, ela prosseguiu com o tratamento, que durou 20 meses. No período, a capitã da Yaras ficou sem competir, entretanto, mesmo estado no período da quimioterapia, ela continuou seus treinamentos.

“Sempre quis ser atleta e o ambiente e a energia do nosso grupo me fazem bem, o que foi essencial para manter a força mental para seguir em frente”, disse a atleta ao portal da Confederação Brasileira de Rugby.

Em dezembro de 2023, ela voltou ao time do Charruas Rugby no Campeonato Brasileiro, e depois foi anunciada como uma das doze atletas a representar o Brasil na modalidade nas Olimpíadas. Já no início deste ano, durante o Mundial de Rúgbi Sevens, na cidade australiana de Perth, Raquel contou que usou a vontade de voltar a campo como motivação para seguir firme na batalha contra a doença.

“Foi uma grande luta e um longo tempo. Dois anos depois e agora estar aqui novamente com meus companheiros de equipe, aproveitando cada jogo, cada momento — é incrível. É difícil explicar em palavras”, disse ela ao programa australiano Wide World of Sports.