Presidente do Ceará promete volta do time feminino e que encerramento não foi por questão financeira

João Paulo Silva disse que a prioridade é focar no acesso do time masculino

Legenda: O presidente João Paulo reitera que a convocação, feita pelo presidente do Conselho, não atendeu a nenhum dos procedimentos de segurança do clube
Foto: Fabiane de Paula / SVM

Presidente do Ceará, João Paulo Silva explicou que o fim do time profissional feminino não ocorreu por problemas financeiros. A revelação contradiz o que havia sido informada anteriormente pela assessoria do clube. O dirigente alvinegro prometeu que as Meninas do Vozão voltarão a atuar no segundo semestre de 2024. A ideia atual, segundo João Paulo, é fortalecer o time masculino na busca pelo acesso para a Série A. Em entrevista exclusiva ao Globo Esporte, ele também esclareceu alguns pontos sobre as dívidas trabalhistas do clube com atletas.

"O time (feminino) realmente não gera impacto grande de despesa. Tentei buscar patrocinadores e não consegui. Mas essa decisão foi apenas para concentrarmos todos os esforços na luta do time para subir à Série A do Brasileiro", explicou João Paulo Silva.

O presidente do clube pontuou os fatores que levaram o clube a ter acúmulo de dívidas. Entre eles, o fato do time ter saído precocemente da briga pelo acesso em 2023, ainda em setembro. Segundo ele, isso impactou diretamente na renda vinda da bilheteria e do programa de sócio-torcedor. Outro ponto destacado foi a baixa arrecadação com a venda de atletas. O clube estimava R$15 milhões e não chegou aos R$ 4 milhões.

PERDA DE RECEITAS

João Paulo Silva relembrou também que a Liga Forte pagou, em 2023, somente R$ 30 milhões dos R$ 60mi previstos. A não chegada dessa verba impactou nas compras de Barleta e Saulo Mineiro, pois o clube contava com os valores para sanar essas transações. No entanto, o presidente do clube ressalta que não houve mudança tanto na estrutura quanto na logística oferecidas aos atletas, mesmo padrão de quando o clube estava na Série A, em 2022.

Ele revelou que o Ceará perdeu uma receita de R$ 70 milhões de reais após o rebaixamento do time masculino há dois anos. Com isso, o clube teve de renegociar com diversos atletas, que tinha salários com padrão de time da Série A, e ainda mantinham vínculo com o Alvinegro.

PRÓXIMOS PASSOS

O presidente revelou que o clube está em processo de contratação de uma empresa de consultoria. O objetivo é fazer um estudo de todos os setores, passando pelo administrativo, varejo e outros departamentos, para ter um diagnóstico preciso e realizar ajustes no que for necessário. A contratação de um CEO para comandar o departamento de futebol já não é mais prioridade do clube em 2024, explica João Paulo. 

"Temos pessoas capacitadas dentro do clube hoje que podem, se for o caso, exercer essa função", disse João Paulo.

Outro fator é que o clube pretende criar uma comissão de orientação e transparência. O grupo deve ser formado por cinco ou sete pessoas. Todas serão do Conselho Deliberativo e terá a participação do presidente. João Paulo também citou que aguarda a definição sobre os direitos de transmissão da Série B do Brasileiro. O assunto deve ser definido em reunião com a CBF, prevista para a próxima semana.