Movimento de atletas exige retirada de regra que proíbe protestos nas Olimpíadas

O "Global Athlete" alega que a proibição vai contra o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma: 'Todo mundo tem direito à liberdade de opinião e expressão'

Legenda: Jadon Sancho protesta pela morte do norte-americano George Floyd durante comemoração de gol
Foto: Reprodução/Twitter

O movimento internacional de atletas "Global Athlete" lançou nota neste domingo (14) exigindo que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional (CPI) retireM a regra 50 da Carta Olímpica, que proíbe protestos políticos, raciais ou religiosos durante as Olimpíadas.

"Por muito tempo os atletas tiveram que escolher entre competir em silêncio ou defender o que é certo. É tempo de mudança. Todo atleta deve ter poderes para usar suas plataformas, gestos e vozes. O silêncio da voz do atleta levou à opressão, o silêncio levou ao abuso e o silêncio levou à discriminação no esporte. Pedimos ao COI e ao IPC (Comitê Paralímpico Internacional) que ponham fim a essa hipocrisia, apoiem seus atletas e anulem a regra 50. Os atletas não serão mais silenciados", afirma a nota do grupo.

A demanda veio após Thomas Bach, presidente do COI, dizer que atletas que protestassem nos Jogos de Tóquio por causas políticas seriam punidos. Porém, o mandatório voltou atrás depois de reação nas redes sociais.

De acordo com o "Global Athlete", a proibição não respeitaria o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz:'Todo mundo tem direito à liberdade de opinião e expressão'.

O movimento ganhou força após a morte do norte-americano George Floyd, homem negro asfixiado por um policial em Minneapolis, que gerou ondas de protestos nas ruas dos EUA e do mundo.