De titular absoluto a pouco utilizado. Não por opção de Rogério Ceni, mas sim por ser afetado por lesões. A temporada do lateral-direito Tinga é marcada por altos e baixos, mas na última quarta-feira (30), o camisa 2 deu a volta por cima em grande estilo. Ao marcar o gol da vitória do Leão no Clássico-Rei, o gaúcho de 27 anos, que é ídolo da torcida, mostrou que está 100% para retomar a melhor forma para ajudar o Tricolor do Pici no restante do ano.
Ao sair do banco de reservas, no intervalo, para definir a vitória leonina, Tinga completou 1.180 minutos em campo nesta temporada, distribuídos em 17 jogos, sendo 12 como titular. O número de jogos que atuou corresponde a pouco mais da metade das vezes que o Fortaleza jogou neste ano (33).
A justificativa para ficar fora de praticamente 50% dos jogos neste ano está na questão clínica. Tinga sofreu lesões musculares que o deixaram impossibilitado de ficar à disposição de Ceni para mais duelos. Antes do jogo contra o Ceará, por exemplo, a última vez em que ele havia atuado foi 21 dias antes, na vitória por 1 a 0 sobre o Sport, pelo Brasileiro, em 9 de setembro.
Mesmo assim, o camisa 2 segue sendo bastante decisivo. É ele o líder de assistências do Fortaleza em 2020, com seis passes para gols, além de ter balançado as redes em três oportunidades (além do tento anotado contra o Ceará, marcou também contra Barbalha, pelo Campeonato Cearense, e CSA, pela Copa do Nordeste).
Ao todo, são nove participações diretas em gols dos time. É o 2º do elenco no quesito, ficando atrás somente de Wellington Paulista, que tem 13 (10 gols e três assistências). O caráter decisivo se mostra ainda mais efetivo com o detalhe de que, em 100% dos jogos que Tinga fez gol ou deu assistência, o Fortaleza venceu.
Jogador de clássico
Já havia sido assim, por exemplo, no Clássico-Rei em que o Tricolor venceu o Ceará, por 2 a 1, pela fase classificatória do Campeonato Cearense, e foi dele o passe para WP9 marcar o 1º gol do jogo.
Tinga é torcedor declarado do Fortaleza e tem grande identificação com a torcida tricolor. Sabe o tamanho de um Clássico-Rei e cresce em jogos contra o rival.
"Não fizemos um jogo espetacular, mas a gente se entregou ao máximo. Clássico é isso: se não der para jogar na técnica, tem que ir na vontade, nunca desistir. Uma vantagem boa para o próximo jogo, mas não ganhamos nada. Temos que ter o pé no chão. Como vai ser daqui a três semanas, temos que focar no Brasileirão", revelou.
Volta por cima
Para chegar a este estágio, teve que superar a desconfiança, inclusive do técnico Rogério Ceni, quando foi contratado para a temporada 2018.
"Poucos sabem da história de como vim para cá. Eu que liguei pro presidente Marcelo Paz para vir e ele acreditou em mim. Rogério não queria que eu viesse mas depois deu tudo certo, agradeceu ao Marcelo e conseguimos vários títulos", relembrou Tinga.
