Como ser captado por um time de futebol? Coordenador e jogador detalham processo

Coordenador técnico da Blockchain Sports e jogador do Fortaleza falam sobre captação

Legenda: CEO da Blockchain Sports, Dmitriy Saksonov, em conversa com jogadores selecionados para o projeto
Foto: Foto: Blockchain Sports/Divulgação

Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”, foi a pergunta que ecoou através da música “É uma partida de futebol”, da banda Skank. O desejo de atuar profissionalmente no futebol já fez parte da vida de muitas crianças ao redor do Brasil.

O processo para realizar este sonho, porém, é muitas vezes penoso e cercado de obstáculos e dificuldades. Estas crianças precisam, na maioria das vezes, passar por um meticuloso processo de captação, feito principalmente pelas categorias de base dos clubes.

Fernando Novaes, coordenador técnico da Blockchain Sports, empresa russa com atuação no estado do Ceará que quer revolucionar o mercado do futebol brasileiro na área de captação de novos talentos, atua diretamente neste processo de captar jovens atletas.

Quando você entra nesse mercado do futebol, naturalmente, independente da sua posição dentro do clube, você vira um captador, porque quer ver seu clube crescer, quer ter os melhores atletas. Naturalmente, em qualquer função que esteja dentro do futebol, dentro de um clube, você vira um captador para poder estar buscando esses talentos.
Fernando Novaes
Coordenador técnico da Blockchain Sports

COMO FUNCIONA A CAPTAÇÃO E QUAIS CRITÉRIOS SÃO AVALIADOS

Em contato com o Diário do Nordeste, Fernando explicou que o processo de captação de novos talentos pode acontecer de diferentes formas: observação em campeonatos, peneiras organizadas por clubes, indicações e scout (avaliar estatísticas e características).

O profissional explicou que a peneira, método até pouco tempo muito comum no Brasil, tem diminuído. Por outro lado, a captação por meio da observação de campeonatos e pelo processo de scout (avaliação pelos números e características) tem crescido.

Legenda: CEO da Blockchain Sports, Dmitriy Saksonov, em conversa com jogadores selecionados para o projeto
Foto: Foto: Blockchain Sports/Divulgação

Fernando explica que, na maioria dos casos, os profissionais de captação são convidados para acompanhar campeonatos, que geralmente duram uma semana ou um final de semana, para avaliação dos atletas e contato com os atletas e seus responsáveis.

Quando se vai para uma avaliação dessa, pouco se importa em relação ao resultado da equipe, mas se vê muito as ações individuais, principalmente as chamadas táticas individuais: como o atleta recebe a bola, se recebe de frente, de lado, se está escaneando, mapeando o jogo antes da bola chegar, como é a relação dele com a bola, postura, concentração, comportamento.
Fernando Novaes
Coordenador técnico da Blockchain Sports

Um outro fator também tem sido determinante no processo de captação de novos talentos, de acordo com Fernando: o porte físico. “Hoje o futebol exige uma força física maior do que o que exigia antigamente, então atletas que têm um perfil mais forte normalmente chamam mais atenção dos avaliadores”, explicou Novaes.

DIFICULDADES ENFRENTADAS PELOS JOVENS JOGADORES

Pelo lado dos jovens atletas, esse processo é por vezes marcado por muitas dificuldades. O Diário do Nordeste conversou com Cauã Soeiro, o Gazeta, jovem jogador que atualmente atua nas categorias de base do Fortaleza, após passagem pelo Acopiara, time comandado pela Blockchain Sports, onde trabalha o coordenador técnico Fernando Novaes.

Gazeta explicou que sempre encarou estes campeonatos e peneiras de captação como grandes oportunidades para realizar o seu sonho, que é ser um jogador profissional de futebol, assim como seu conterrâneo Gustavo, atual goleiro do Criciúma, natural de Colatina (ES).

“Sempre quis entrar em um clube grande e me manter para realizar meu sonho, muitas vezes não conseguindo viajar para jogar por dificuldades financeiras, ou ir treinar, mas sempre dava meu máximo, pois toda vez que entrava em campo para mim era uma oportunidade nova”, conta Gazeta.

Fui reprovado no Bahia, perdi uma viagem para o Botafogo por causa da época do Covid ,e depois de um tempinho fui fazer teste no Cruzeiro e fui aprovado, fiquei de dois a três meses,estava de titular, capitão, mas do nada joguei tudo para cima com saudade dos meus pais e fui embora.
Gazeta
Jovem jogador do Fortaleza

Quando decidiu voltar a tentar ser captado por uma equipe de futebol, Gazeta recebeu a oportunidade de fazer parte do projeto da Blockchain Sports em Acopiara (CE). No projeto, ele recebeu acompanhamento dentro e fora dos gramados.

Fernando Novaes, coordenador técnico da Blockchain Sports, explicou que existe um processo desenvolvido para acompanhar os atletas depois que a captação for feita e o jovem atleta já estiver treinando com o Acopiara.

O profissional explicou que os jovens passam por diferentes avaliações, nos setores de fisioterapia, nutrição e preparação física. Além disso, os atletas recebem um suporte com alojamento, refeições e até mesmo aulas teóricas sobre futebol (na parte tática).

O principal desafio para mim é o mental do atleta, a dificuldade psicológica. Às vezes mexe muito com a cabeça e até atrapalha dentro do campo. Tem que saber controlar, o emocional e o psicológico têm que estar bem para ter um aproveitamento bom, porque hoje em dia o mental conta muito! Lido com isso me apegando mais com Deus.
Gazeta
Jovem jogador do Fortaleza

Depois de passar por todo esse processo de captação, Gazeta passou a se destacar com a camisa do Acopiara e recebeu um convite para integrar as categorias de base do Fortaleza, onde atua atualmente, na esperança de uma oportunidade no time profissional.


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