Uma das características mais marcantes na retomada do futebol após a paralisação decorrente da pandemia do novo coronavírus é a ausência de torcedores nos estádios. As arquibancadas vazias prejudicam o espetáculo de diversas formas. Esportiva, visual e, sobretudo, financeira. Entretanto, os principais clubes cearenses projetam que isso pode acabar já no próximo mês, com a possibilidade de volta do público a partir de outubro.
A informação foi revelada pelo presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, na última terça-feira (15), em entrevista ao programa "Debate Jogada".
"A gente colocou uma previsão de retorno de público a partir de outubro dentro do orçamento. É uma previsão, não é nada embasado em dado ou sinalização do Governo, até porque não é apenas o Governo, é o Governo e a CBF para que possa voltar, mas acho até difícil. Vamos aguardar, vai prevalecer o bom senso, o futebol é importante para o nosso Estado", afirmou.
De acordo com o mandatário leonino, há conversas neste sentido, mas nada de oficial por parte do Governo do Estado e da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), os responsáveis por qualquer decisão e aprovação sobre torcida.
"A gente tem conversado mais entre times e Federação (Cearense de Futebol), avaliando o cenário, vendo a possibilidade. Não adianta a gente cobrar do Governo, eles têm técnicos, gente competente, montaram uma equipe para conduzir essa questão. Certamente, se voltar, será com público menor, setorização, pessoas distantes e medição de temperatura", relatou.
A projeção é semelhante no caso do Ceará, o outro representante do Estado na Série A do Campeonato Brasileiro.
"Eu espero que volte em outubro, é uma expectativa. Fazemos essa projeção. Mas precisa dialogar com as autoridades para buscar um protocolo bacana e que possa voltar com segurança", disse Robinson de Castro, presidente do Alvinegro de Porangabuçu. Entretanto, no caso do Vovô, a diretoria não conta com o ganho financeiro em caso de volta do público.
"Não contamos com isso. Com os públicos iniciais, não vai entrar dinheiro novo no caixa, porque temos os sócios-torcedores. Estamos preparados para ficar sem renda até fevereiro, e estamos rodando tudo. Categorias de base, com Sub-23, Sub-20, Sub-17, futebol feminino também", ressaltou Robinson de Castro, diante do cenário projetado.
O pensamento de liberação também é compartilhado pelo Ferroviário, que está disputando a Terceira Divisão. Atualmente, o Tubarão da Barra está na vice-liderança do Grupo A.
"Nós somos favoráveis, desde que haja estudo de viabilidade do retorno e com percentual de segurança para os torcedores que frequentam o estádio. Acho razoável e sou favorável à liberação, com distanciamento e segurança", afirmou Newton Filho, presidente do clube coral.