Bergson fala sobre grande fase na Malásia, Fortaleza e Rogério Ceni: confira entrevista

O atacante gaúcho soma 11 gols em 11 jogos pelo Johor FC após empréstimo do time tricolor

Legenda: Bergson usará o número 9 na camisa do Johor FC
Foto: divulgação / Johor FC

O atacante Bergson atravessa grande fase no futebol da Malásia. Emprestado pelo Fortaleza ao Johor FC, o centroavante atingiu a marca de 11 gols em 11 jogos pelo clube. Artilheiro no exterior, o gaúcho atingiu o status de protagonista em nova etapa na carreira.

Com 30 anos, superou recordes e se tornou titular absoluto e ainda pode render receita aos cofres tricolores. Na ocasião, o Johor pagou US$ 100 mil (cerca de R$ 570 mil) pela transferência de quatro meses. No contrato, pode solicitar a aquisição por 400 mil dólares (próximo de R$ 2,2 milhões).

O prazo para a resposta é no fim de maio, enquanto o vínculo na equipe cearense é até dezembro. Apesar da negociação, Bergson segue focado dentro de campo. Em entrevista exclusiva ao Sistema Verdes Mares, comentou sobre o momento da carreira, a adaptação e a passagem no Leão.

Confira entrevista exclusiva com Bergson:

DN: Bergson, você soma 11 gols em 11 jogos pelo Johor, da Malásia. Como avalia o seu momento?

“As coisas estão acontecendo bem, foi uma adaptação muito fácil porque eu cumpri os dias de quarentena e assim que acabou tinha jogo. Eu estava preparado psicologicamente que é o mais importante, as coisas fluíram bem, eu consegui marcar (gol) e a equipe ficou na liderança. Isso é muito bom, chegar e logo ter bons números, performance, para evoluir no campeonato e evoluir”.

DN: Como você percebe o futebol da Malásia? Há muita diferença com o praticado no Brasil?

“É um futebol diferente, totalmente disputa física, na parte tática não são exigentes, mas fisicamente e tecnicamente têm muitos jogadores qualificados. Hoje em dia não tem jogador bobo, todo mundo corre os 90 minutos, a adaptação com o campo foi essa. A gente é estrangeiro, é mais cobrado, chega com expectativa, então temos que manter o fio da meada para ficar sempre bem”.

Bergson realiza finalização em jogo do Johor FC
Legenda: O atacante Bergson é o artilheiro da Super Liga da Malásia
Foto: divulgação / Johor FC

DN: Bergson, o seu contrato no Johor FC é por empréstimo do Fortaleza com opção de compra. Como está essa situação?

“Está nas mãos de Deus e do meu pai, que é o cara que responde por mim nesse assunto. No momento é sentar e aguardar definir porque eu estava no Fortaleza, tive um momento bom com o Rogério Ceni, estava feliz, números bons, e de repente apareceu oportunidade de vir, as coisas fluíram bem também, então é esperar o caminho e depois ver o que acontece”.

DN: Qual o seu grande objetivo no futebol hoje?

“Eu costumo dizer que os nossos sonhos se renovam a cada objetivo. Eu já realizei vários sonhos profissionalmente. Quando cheguei aqui tinha uma meta pessoal e profissional e isso vai se renovando. Eu fui o primeiro jogador da história do Johor a marcar 10 gols nos 10 primeiros jogos, isso pra mim é uma motivação. Hoje tenho metas, e isso depende de cada situação que eu estiver”.

Legenda: Pelo Fortaleza, Bergson conseguiu balançar as redes na Série A
Foto: Dudu Oliveira / Fortaleza

DN: No futebol cearense, você se transferiu do Ceará para o Fortaleza. E esse movimento ocorreu muito por influência do então técnico tricolor Rogério Ceni. Como foi esse contato com o treinador?

“Foi um motivo de muito orgulho e satisfação, não era qualquer treinador ou pessoa do futebol mundo que estava me ligando e reconhecendo o meu valor. Eu não estava sendo valorizado (no Ceará), tenho culpa, e o torcedor é muito exigente, depois que taxam o jogador, a gente não tem o poder de reverter, foi o que ocorreu. E foi pagina virada. A partir do momento que eu pisei no Fortaleza, que o Rogério me ligou, eu me senti renovado, valorizado, e isso me ajudou bastante no dia a dia, tanto que minha resposta foi positiva. O voto de confiança foi muito importante”.

DN: Você disse que o Rogério ligou para você. Lembra bem desse episódio?

“Eu estava em um show no Marina Park, e ele mandou mensagem. Eu não acreditei, nunca tive contato, achei que não era. Aí ele falou Rogério, e eu só visualizei. Quando falou Rogério Ceni eu respondi de imediato. Disse: fique sabendo que você está para rescindir, mas aqui meu time joga de um jeito e sua característica se encaixa, eu gosto muito do seu trabalho’. Aí falou do Paysandu, de partidas minhas, característica que eu desenvolvi, eu não imaginava que ele observaria”.

Rogério Ceni foi o único treinador nos últimos dois anos que conseguiu bom aproveitamento no Tricolor
Legenda: Rogério Ceni teve uma passagem muito vitoriosa pelo Fortaleza nos últimos anos
Foto: Thiago Gadelha / SVM

DN: No Fortaleza, até a definição do empréstimo, você iniciou bem, mas perdeu espaço sob o comando de Enderson Moreira. Como explica isso, mesmo com os bons números no clube?

“Como ele me conhecia no Ceará e foi o que foi em relação ao extracampo, de taxarem o jogador, não podia nem ser nota 10, tinha de ser mil. Quando ele chegou não tive chance, já estava uma imagem, mas nunca tive nenhum problema, agora na questão de minutagem, não tive mesmo merecendo por estar em outro clube, não era mais a imagem do Ceará, mas são águas passadas”.

DN: A definição sobre o seu futuro será resolvida até o fim de maio. Hoje, vivendo na Malásia, tem saudade de algo no futebol cearense? 

“Tenho saudade de alguns colegas da resenha, do dia a dia, de marcar para jantar e ficar de boa com a rapaziada que se gosta. O Vina, do Ceará, eu mantenho contato. Também com Wescley, Baxola e Richard direto. No Fortaleza é o David, Mariano e João Paulo, esses que a gente se fala bastante, eles mandam mensagem, comentam, e eu sempre tive essa boa relação”.