O Benfica defendeu o técnico Jorge Jesus de acusações de machismo durante entrevista concedida nesta segunda-feira (30) após vitória de virada sobre o Marítimo pelo Campeonato Português. Em nota divulgada nesta quarta-feira (2), o clube afirmou que a polêmica não tinha sentido e citou igualdade de tratamento para jornalistas, independente do gênero.
"Seria, isso sim, ofensivo para os milhares de mulheres que exercem a profissão de jornalista que, com condescendência ou paternalismo, passasse a existir um tipo de resposta diferente e à parte para o seu género", diz a nota do clube.
Jorge respondeu à pergunta da jornalista de forma grosseira ao falar "é natural você não saber o que é muita qualidade de futebol" depois da profissional contestar o desempenho da equipe, atual 3ª colocada na elite portuguesa.
A atitude grosseira do treinador repercutiu de forma negativa nas redes sociais. O Benfica, inclusive, acusou a Associação de Jornalistas de Desporto (CNID) do país de negligência em outros casos semelhantes, além de alegar que o presidente da organização seria torcedor do Porto, rival dos Encarnados.
Confira a nota completa do Benfica sobre o caso
"Na sequência do triunfo sobre o Marítimo, por 1-2, nos Barreiros, em que a nossa equipa demonstrou qualidade e raça e mereceu, sem qualquer contestação, somar os três pontos, assistimos a uma polémica desprovida de qualquer sentido, através da qual fica patenteada, uma vez mais, a criatividade ilimitada de quem tenta sistematicamente atacar o Benfica e os seus representantes ou profissionais.
Desta feita, uma resposta de Jorge Jesus a uma pergunta colocada na entrevista rápida após o jogo serviu de inspiração a um rol de considerações insidiosas sobre o nosso treinador.
Recordamos que a frontalidade de Jorge Jesus é conhecida desde há muitos anos e que, inclusivamente, na resposta em questão, os termos por si usados para contra-argumentar a opinião travestida de pergunta não foram novidade, tendo recorrido a eles em variadas situações e circunstâncias no passado.
Que tenhamos dado conta, não consta que afirmações ou respostas com o mesmo teor de Jorge Jesus tenham sido interpretadas, no passado, como tratando-se de argumentos dirigidos especificamente a homens.
Seria, isso sim, ofensivo para os milhares de mulheres que exercem a profissão de jornalista que, com condescendência ou paternalismo, passasse a existir um tipo de resposta diferente e à parte para o seu género.
E cumpre-nos afirmar que indigno e ridículo foi ver o CNID insurgir-se neste pretenso caso, em flagrante contraste com o seu silêncio submisso e cobarde em tantas e tantas situações que ocorrem com outros treinadores e, principalmente, quanto às ameaças que muitos jornalistas sofreram e vão sofrendo por parte de elementos afetos a um nosso rival.
No reino da hipocrisia, finjamos todos alegremente que não sabemos que o presidente do CNID, Manuel Queiroz, é um fervoroso adepto e indisfarçável aliado do FC Porto"