Arbitragem cearense inicia treinos físicos visando o Estadual

Após testagem de Covid-19 foram definidos 24 profissionais em equipes fixas, entre árbitros e bandeirinhas, para trabalhar nos jogos. Em caso de um agente contaminado, o protocolo prevê substituição de todo o grupo escalado

Legenda: Se recondicionar fisicamente será vital para os árbitros no retorno dos jogos do Estadual
Foto: KID JUNIOR

No futebol, os árbitros estão longe do protagonismo em campo, mas surgem como elementos essenciais. Diante do cenário de Covid-19 no Ceará, exigem os mesmos cuidados de saúde aplicados aos clubes e tem processo avançado de retorno. Com protocolo de treino presencial iniciado no último sábado, 27, um cronograma de atividades foi montado até o Estadual.

O primeiro módulo se iniciou no dia 15 de junho, através de exercícios por videoconferência com aparato técnico e simulados de tomadas de decisão. Após o ensaio, a última semana foi marcada por testes para o novo coronavírus aplicados em 36 agentes, entre juízes, assistentes e instrutores.

Da lista, um árbitro e um bandeirinha foram diagnosticados com a doença e substituídos. Já do total de profissionais disponíveis no Estado, a Federação Cearense de Futebol (FCF) selecionou 24 para compor equipes de arbitragens fixas no decorrer do torneio local - previsto para iniciar em 6 de julho.

"No início do protocolo definimos os quartetos, com árbitro principal, reserva e assistentes. Esse grupo vai começar e terminar a competição, vão treinar juntos e atuar juntos. Membros de uma equipe não terão contato com outra para resguardar o máximo possível a saúde dos profissionais e reduzir os riscos de contaminação", explica Paulo Sílvio, diretor da Comissão de Arbitragem da FCF.

Ao longo da semana, os procedimentos se alternam: de segunda até quarta-feira, o foco são encontros por videoconferência; no intervalo de sexta e sábado, atividades presenciais, com recondicionamento físico. Os exercícios em campo ocorrem no CT do Atlético, em Fortaleza, e na sede social do Sindicato dos Árbitros, na Caucaia.

"Vamos manter essa rotina até a conclusão do Campeonato Cearense. Mesmo que os jogos recomecem, o nosso cronograma segue inalterado, com aperfeiçoamento técnico e físico durante a competição", reforça César Magalhães, árbitro e presidente do sindicato da classe no Ceará.

Substituição

Pioneira no detalhamento dos protocolos de segurança para o futebol, a FCF junto das autoridades sanitárias e dos comitês de arbitragem desenvolveram um sistema de substituição dos árbitros às vésperas da partida. Isso porque, no protocolo de jogo enviado ao Governo do Estado, os juízes devem chegar no local da partida com três horas de antecedência para realizar testes.

Assim, caso um integrante do quarteto fixo apresente qualquer nível de contaminação, o grupo é removido e cede vaga para uma nova equipe de arbitragem - também testada no local. Por meio de audiência pública para definição dos profissionais que atuarão nas exibições, os clubes já serão comunicados dos dois conjuntos escalados, sendo um titular e o outro reserva.

A medida faz parte do conjunto de ações de segurança da FCF. Vale ressaltar que os jogadores também serão incluídos nos testes na data da partida.

Auxílio da CBF 

Como forma de ajuda durante a pandemia, árbitros e assistentes escalados no quadro nacional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) receberam três meses de parcelas referentes aos torneios que trabalharam no ano passado, como Séries A ou B. São contemplados 19 profissionais no Ceará: oito juízes e 11 bandeirinhas.

No início, o valor seria uma adiantamento de cotas, mas a entidade decidiu doar o montante sem pedir compensação futura - o valor total é R$ 2,7 milhões. Aos demais profissionais do Estado, a FCF auxilia com distribuição de receita.