Adeus, Mário Sérgio

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Técnico foi demitido na manhã de ontem. O Vovô vai recorrer à velha e conhecida ajuda de Dimas Filgueiras

Durou um mês a conturbada passagem de Mário Sérgio pelo Ceará. Foram apenas seis partidas e apenas vitória no comando do Alvinegro.

Mas apenas os frios números não explicam a demissão do treinador. Desde sua chegada, uma série de fatores minaram o trabalho do treinador e criaram uma antipatia com a torcida.

Cercado de polêmicas e atitudes controversas, viu o time, outrora compacto e bem colocado no torneio, cair na tabela.

O primeiro erro de Mário Sérgio no comando do Ceará foi afastar 13 jogadores e o auxiliar técnico do clube Sérgio Alves, "desprezando" um profissional que tinha o respeito do elenco e poderia ajudar a "conquistar" o grupo de atletas.

Longe da torcida

O segundo foi quanto à metodologia de trabalho. Mário Sérgio fechou os treinos para a torcida e imprensa. Os treinamentos deixaram de ocorrer às 16 horas e passaram a ser fechados, às 18h30, distanciando a torcida do time. Em uma dessas ocasiões, o técnico cancelou um treino em Aquiraz, devido a presença da torcida, acostumada a sempre acompanhar os treinos.

Mas os problemas não se resumiram a extra-campo. Dentro das quatro linhas, o técnico, não repetindo uma vez sequer a escalação em sete jogos e passou a atuar com três zagueiros, desestruturando a melhor defesa do campeonato, que em cinco jogos tomou 10 gols.

O outro erro vem atrelado à descaracterização do time: a quebra da confiança. Sem titulares absolutos e sacando jogadores jogo a jogo, Mário Sérgio minou a confiança do elenco.

A gota d´água foi sacar o goleiro Diego, o menos vazado da Série A, para promover a titularidade de Michel Alves, que trabalhou com ele no Internacional.

Declarações

Sempre polêmico, as declarações de Mário Sérgio merecem um capítulo à parte pelo seu conformismo. Logo quando chegou, o técnico afirmou que o time tinha condições de brigar pelo título. Após os resultados negativos, mudou de discurso e disse que o objetivo do Ceará era não cair para segunda divisão, pois era uma equipe inferior que pelo menos 16 times no torneio, que os jogadores não tinham qualidade para jogar uma Série A, e que a arrancada nas sete primeiras rodadas era ilusória, minando a confiança de seus comandados.

O presidente Evandro Leitão, comentou a demissão do técnico. "Declarações infelizes todos dão. O que pesou na demissão dele foram os resultados. Temos que trabalhar para retomar a autoestima do grupo".

RECOMEÇO
Dimas é o técnico interino

Um solução caseira. Após a saída de Mário Sérgio, e mais um jogo difícil pela frente, desta vez contra o Santos, no domingo, o Ceará anunciou, que Dimas Filgueiras, eterno "faz tudo" no alvinegro, vice-campeão da Copa do Brasil de 94, entre outras glórias, comandará o Vovô, mesmo que apenas interinamente, no jogo de domingo.

Dimas esteve em Porangabuçu e foi apresentado como técnico interino pelo presidente Evandro Leitão. O mandatário alvinegro, além de dar um voto de confiança a Dimas, confirmou que os jogadores Adílson, Erivélton, Marcos Pimentel, Arlindo Maracanã e Clodoaldo foram reintegrados.

Sobre a escolha de Dimas Filgueiras para comandar o Ceará, Evandro Leitão garantiu que a escolha foi acertada. "Ele é interino, mas tem o perfil do treinador que queremos. Vencedor, que eleve a confiança dos jogadores, que está em baixa".

Já Dimas Filgueiras garantiu que a baixa estima do grupo acabará. "Vou retomar a autoestima dos jogadores, pois confiamos no potencial deles, pois já lideraram a Série A".

A diretoria deve anunciar o novo treinador após o jogo de domingo. Rogério Lourenço, ex-treinador do Flamengo, confirmou o contato de um representante do Vovô. Ele afirmou que não existe nada de concreto.

Outro nome que surgiu foi o de Andrade, campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009.

VLADIMIR MARQUES
REPÓRTER