Com aplausos, hino do clube e cântico de músicas religiosas, a TUF, Torcida Uniformizada do Fortaleza, acompanhou ontem, o sepultamento do seu ex-presidente, Marcionílio Pinheiro Gomes, morto no domingo passado, num confronto de facções com a Fúria Jovem, do Botafogo, no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas foram prestar a última homenagem a Marcionílio, numa despedida que emocionou familiares, amigos e desportistas em geral.
Havia pessoas com diferentes sentimentos. Uns, revoltados com a violência atual, outros chorando copiosamente, sem poderem sequer completar uma frase e outros cantando e aplaudindo, como forma do último adeus.
O batalhão de choque da Polícia Militar foi chamado, para prevenir qualquer tumulto. O helicóptero do Ciopaer deu cobertura ao contingente. Mas, não houve necessidade, pois o ambiente foi de consternação, oração e saudade.
O carisma do líder de torcida atraiu vários amigos de uniformizadas de outros Estados. Estavam presentes o presidente da Fanáticos do Atlético Paranaense - Júlio César Sabota - um membro - Jéfferson Luís - da Máfia Vermelha, do América de Natal e o presidente da Inferno Coral, do Santa Cruz/PE, Fábio Simpson.
A missa foi realizada do lado de fora da capela, pois o local não comportaria tanta gente. Várias pessoas manifestaram a sua tristeza e indignação com o passamento de Marcionílio. “Hoje, não se tem mais tran-quilidade para assistir a um jogo de futebol. Você vai para o estádio, sem saber se volta”, queixou-se o ex-atacante Fernan-do, que atuou por Ceará e Fortaleza. “Acho que se poderia acabar com as torcidas uniformizadas, pois a violência ficou sem controle”, disse o delegado Glauco Pinheiro, primo de Marcionílio. A família, em face de uma divergência com o presidente do clube, Ribamar Bezerra, vetou o comparecimento da diretoria, mas o Conselho Deliberativo enviou uma coroa de flores. Quando o caixão descia a sepultura, o pai de Marcionílio, Wagner Rolim, discursou e depois seguiu-se um foguetório.
