Presidente do Ceará reforçou que decisões das autoridades de saúde são prioridade no momento da pandemia de covid-19
O presidente do Ceará, Robinson de Castro, pregou cautela ao ser questionado sobre o retorno do futebol no Brasil. Em entrevista ao Expediente Futebol, da Fox Sports, nesta quinta-feira (30), o dirigente ressaltou que retomar os jogos sem preparo ou aval das entidades de saúde é um risco diante da pandemia do novo coronavírus.
"Qualquer retorno antecipado é um ato de irresponsabilidade muito grande porque pode gerar infrações e colocar em risco a saúde de atletas e funcionários. Nos reunimos com a FCF para que ela ajude os menores e o futebol, quando puder, volte com portões fechados", afirmou.
A diretoria do clube até se antecipou ao protocolo médico da CBF e elaborou um conjunto de ações para resguardar a segurança dos funcionários, como a compra de testes para diagnóstico de covid-19 - equipamentos previstos para chegar no dia 5 de maio. Mesmo assim, Robinson ressaltou que o Vovô não voltará os treinos sem o aval do Governo do Estado e reiterou que a chance das competições recomeçarem neste mês é difícil.
"Não acredito nessa volta na primeira quinzena de maio, impossível. Na segunda quinzena, só se fizer um esforço muito grande para procurar, com muito otimismo, voltar, mas não acho provável pelo momento que estamos vivendo no Brasil inteiro. E não adianta só voltar o Ceará e não voltar os demais clubes para termos o campeonato. Aqui tem o Ceará e o Fortaleza, mas os outros não tem capacidade para enfrentar o problema como nós estamos fazendo. Principalmente porque estamos na Série A", aponta.
Para ajudar no combate ao novo coronavírus, o Ceará lançou uma série de ações sociais. A principal é a campanha Vozão do Bem, que visa arrecadar fundos por meio de doações para aquisição de mantimentos a famílias em situação de vulnerabilidade. O clube também iniciou a fabricação de máscaras personalizadas e distribuiu unidades para o hospital infantil SOPAI e operários das obras do estádio Presidente Vargas (PV), que recebe uma unidade hospitalar de campanha.
"Temos que procurar evitar tomar medidas que depois não sejam as mais adequadas, não sei se mais na frente será necessário, se não for em junho, em julho volta. Vamos tentar buscar no mercado recurso, temos que pensar mais nas pessoas que na economia", finalizou.
Confira outros pontos da entrevista
Diagnóstico de covid-19
"Estou 100%, aliás 200%. Muito feliz de ter passado por isso e poder estar aqui agora com vocês. Digo que é uma loteria pois muitos pegaram a doença e estão com dificuldades. Temos que obedecer as regras de isolamento e respeitar as decisões do Governo porque precisamos nos proteger, proteger as pessoas que a gente quer bem e as pessoas no geral".
Finanças do Ceará
"A gente, com uma crise desses, ninguém vai passar sem sequelas no campo econômico e financeiro. O Ceará é organizado, cinco anos seguidos com superávit, patrimônio líquido positivo e o seu ativo consegue pagar o passivo. Temos o menor passivo da Série A, uma gestão responsável e na Série A é difícil tomar decisão. A gente, esse ano, resolveu investir mais no futebol, fazendo a conta é: 1/3 no futebol, 1/3 em dívidas e 1/3 para investir".