Uma troca de mensagens durante uma madrugada foi a "virada de chave" necessária para elucidar o desaparecimento de Roberto Perdiza, coronel aposentado da Força Aérea Brasileira (FAB), que foi assassinado por uma garota de programa com quem se relacionava desde o ano passado, e que teve sua identidade assumida por ela durante quatro meses. Informações são do 'Fantástico', da TV Globo.
Em reportagem especial, o programa global mostrou que a mulher, identificada apenas como Jerusa, mandava mensagens para a família e para os amigos pelo celular da vítima, se passando por ele, para que ninguém sentisse a falta. Até que, um dia, ela se descuidou e enviou um áudio antigo, cortado, o que foi percebido por Milton Moreira, advogado e amigo do coronel.
No áudio, enviado por volta das 3 horas da madrugada, o coronel dizia que precisava falar com urgência com o amigo. Num primeiro momento, Milton chegou a acreditar que o coronel estava vivo. Mas, depois, com a mente mais tranquila, ele lembrou que já havia escutado a mesma mensagem.
"Aquela dita mensagem do áudio dele estava há meses e meses atrás (sic), que ele tinha mandado para mim, no momento que ele viajou. Ela pegou o áudio, cortou poucos segundos e mandou para mim", contou Milton.
Segundo o delegado Claudio Henrique Freitas de Oliveira, que acompanha o caso, o áudio foi mandado com o intuito de ser uma "prova de vida". E, de uma hora para a outra, as mensagens de texto mudaram de tom.
Mensagens grosseiras
A irmã da vítima, Elodéa Perdiza, disse ao 'Fantástico' que, depois disso, começaram a chegar mensagens enviadas pelo celular do coronel, dizendo: "Parem de me procurar. Estou aqui no Rio de Janeiro, estou bem e me deixem em paz". De acordo com a mulher, o coronel nunca havia falado assim com a família.
Três meses depois, um corpo foi localizado em um terreno numa próximo a Natal, no Rio Grande do Norte, mas era difícil identificá-lo.
O crime
Conforme as investigações policiais, no dia do crime, Roberto e Jerusa teriam ido até a Praia do Meio e entrado em um motel, saindo somente duas horas depois. Para voltar para casa, os dois teriam embarcado em um carro de aplicativo, conduzido por um matador de aluguel contratado pela garota de programa.
Já era inicio da madrugada quando o falso motorista os levou até o local onde a vítima foi morta, alvejada por tiros de arma de fogo. O corpo foi levado pela dupla até o município de Macaíba, onde foi deixado em um terreno, sem a cabeça e sem as mãos.
A Polícia conseguiu encontrar o corpo, e, através de amostras de DNA, confirmou que ele pertencia ao coronel. Jerusa foi presa em dezembro e o comparsa no mês seguinte. Ambos deverão responder por latrocínio.