Atuação da corporação local teria acionado sinal de alerta em agentes federais
Policiais envolvidos na captura dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, estariam desconfiados da conduta de colegas de farda. Em operação há mais de um mês, agentes acreditam que alguns profissionais possam ter sido “corrompidos”.
De acordo com informações do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, a atuação das forças policiais locais acionou um alerta em agentes federais e rodoviários, que suspeitaram da demora da corporação local em agir durante as primeiras horas da fuga. Para eles, o atraso foi proposital.
Considerado essencial, esse momento pode ter sido determinante para Deibson Cabral e Rogério Mendonça se afastarem da unidade de segurança rapidamente, sem enfrentar dificuldades.
Além disso, ao longo da operação, problemas de comunicação entre a corporação federal e os agentes locais levantaram ainda mais alertas. Com a relação dos grupos abalada, policiais federais temeriam que informações da inteligência pudessem ser vazadas pelos colegas de Mossoró para grupos criminosos, dos quais os fugitivos fazem parte.
RELEMBRE O CASO
Detidos em setembro do ano passado, Deibson e Rogério foram transferidos do sistema penitenciário do Acre para a unidade de segurança no Rio Grande do Norte, de onde escaparam no dia 14 de fevereiro.
A fuga desencadeou inúmeras buscas em municípios próximos, e mobilizou mais de 300 agentes, de acordo com Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Para os profissionais envolvidos na operação, os fugitivos continuam nas proximidades do presídio, entre Mossoró e Baraúna. Na cidade vizinha, a dupla chegou, inclusive, a invadir uma propriedade rural em busca de mantimentos e armas, no início deste mês.
QUEM SÃO OS FUGITIVOS?
Naturais do Acre, os fugitivos são importantes membros de uma facção criminosa de origem carioca, com atuação nacional e internacional.
Também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”, Deibson Nascimento está envolvido em 34 processos na Justiça do estado de origem. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo, tendo sido condenado a 33 anos de prisão.
Já Rogério Mendonça, apelidado como “Martelo”, responde por roubo, violência doméstica e homicídio qualificado. Com pena de 74 anos de prisão, o fugitivo tem mais de 50 processos e possui uma suástica (simbolo nazista) tatuada na mão.