Meteorito descoberto na Paraíba era usado como enfeite de mesa

Segundo a Associação Paraibana de Astronomia, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 50 mil para manter a peça no Estado

Legenda: Meteorito teria sido lançado na Terra há milhares de anos
Foto: André Moutinho/Arquivo Pessoal

O estado da Paraíba teve seu primeiro meteorito encontrado, na cidade de Nova Olinda, na região do Sertão paraibano. O presidente da Associação Paraibana de Astronomia, Marcelo Zurita, afirmou que o objeto foi achado em novembro de 2014, mas a informação só foi divulgada agora por conta da demora em confirmar que se tratava de um meteorito. As informações são do portal G1.

Descoberta

Os irmãos Edsom e João Jarba Oliveira da Silva são os responsáveis por encontrar o objeto cerca de oito anos atrás, em uma fazenda da zona rural de Nova Olinda.

Na época, os irmãos procuravam por ouro com um detector de metais, quando o equipamento disparou e eles cavaram o local com uma picareta. Rapidamente, desenterraram a rocha, que tem 26,93 kg.

Meteorito Paraíba
Legenda: Meteorito serviu de enfeite para a mesa de jantar durante cinco anos
Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

O meteorito chamou a atenção de Edsom e João, que o levaram para casa, onde serviu de enfeite para a mesa de jantar durante cinco anos.

Por conta da repercussão da queda de outra rocha espacial em Santa Filomena, Pernambuco, em agosto de 2020, os irmãos perceberam que sua rocha também poderia ser um meteorito. Para averiguar, entraram em contato com André Moutinho, pesquisador e colecionador de meteoritos.

O pesquisador, então, orientou o homem a realizar os primeiros testes, quando uma amostra foi retirada e enviada para São Paulo, onde André confirmou que se tratava de um meteorito. Depois da confirmação, foram realizadas análises física, química e petrográfica para classificação do meteorito.

Peça está guardada em cofre

A peça, que está guardada num cofre do Rio de Janeiro, já recebeu uma série de propostas para venda. Edsom, porém, revela o desejo de vendê-la para o Governo da Paraíba, para manter a rocha espacial no estado-natal dos dois homens que a encontraram.

Segundo a Associação Paraibana de Astronomia, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 50 mil para manter a peça no Estado. A entidade tenta há quatro meses marcar uma audiência com o Governo do Estado para tratar da questão, mas não obteve resposta.

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Em nota, a Secretaria de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia (SEECT) da Paraíba esclarece que "não recebeu contatos para promover audiência para debater o tema, mas está disposta a agendar uma reunião com a Associação Paraibana de Astronomia para discutir o destino do meteorito".

Análise do meteorito

Ainda de acordo com o portal G1, as análises do meteorito encontrado na Paraíba foram feitas através de uma parceria entre pesquisadores da Universidade de Alberta (Canadá) e um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 

O meteorito Nova Olinda é metálico, composto em maior concentração por ferro e níquel. Ele foi classificado como um octaedrito IIAB. Os meteoritos IIAB têm a menor concentração de níquel entre os meteoritos metálicos.

Meteorito teria sido lançado na Terra há milhares de anos

Pesquisadores afirmam que não se sabe ao certo há quanto tempo o meteorito Nova Olinda teria caído na Terra. O intemperismo (deterioração devido à ação do tempo) observado na rocha indica que isso teria ocorrido há alguns milhares de anos e que o meteorito permaneceu enterrado por todo esse tempo, até ser encontrado pelos irmãos.