Advogado de adolescente que atirou em pai aponta irregularidades em apuração policial

Defesa diz que jovem não teve direito ao silêncio durante depoimento

Legenda: Caso ocorreu em Patos no último sábado (19)
Foto: Reprodução

O advogado do adolescente que atirou no pai em Patos (PB), na mãe e no irmão, está preparando a defesa prévia do garoto. Em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, Aylan da Costa Pereira revelou que um juiz solicitou ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) a apuração do caso.

Estão sendo levantadas informações acerca do vazamento do áudio do depoimento do adolescente, uma foto do garoto na delegacia e também irregularidades cometidas no dia do depoimento. O adolescente de 13 anos matou a tiros a mãe e o irmão mais novo, de 7 anos, no último sábado (19). 

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No primeiro momento, as advogadas lá presente [na delegacia] não tiveram acesso de entrar com o jovem, já que ele estava sob custódia do Estado. Essa irregularidade ofende as defesas das prerrogativas dos advogados. Também vimos no vazamento de um áudio do garoto, a indução do delegado instigando o menino a dizer basicamente o que ele queria", explicou a defesa do adolescente
Aylan da Costa Pereira
Advogado do adolescente de 13 anos

Ainda segundo Aylan Pereira, outra irregularidade apontada é o fato de não terem oferecido o direito ao silêncio no depoimento. "Um direito constitucional que todo acusado tem. Nesse sentido já mandou apurar e estamos aguardando esse desfecho".

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Áudio enviado por engano 

Na terça-feira (22), o delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba, André Rabelo explicou que o próprio delegado do caso, Renato Leite, já admitiu que houve um erro da parte dele. Que, ao enviar algumas informações, enviou junto, por engano, o áudio com as declarações do menino. "Houve uma falha. O próprio delegado ficou surpreso e reconheceu o erro", informou Rabelo.

O delegado-geral da Polícia Civil da Paraíba ponderou ainda que o erro não pode minimizar o rápido trabalho policial. "Foi um trabalho cauteloso muito bem-sucedido. Esse erro não pode macular o papel que o delegado Renato Leite desempenhou no caso".