Sabine Boghici, presa por aplicar golpe de R$ 725 milhões na mãe, ganha liberdade provisória
A golpista não seria uma pessoa perigosa, conforme a decisão judicial
Sabine Coll Boghici, presa em agosto de 2022 por aplicar um golpe de R$ 725 milhões em sua mãe, Geneviève Boghici, teve a liberdade provisória concedida pela Justiça nessa terça-feira (14). O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 23ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou que ela não entre em contato com a mãe.
Segundo a decisão judicial, Sabine não seria uma pessoa de "alta periculosidade". O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) chegou a se manifestar contra a resolução. As informações são do O Globo.
Com a liberdade, Sabine fica proibida de ter qualquer contato, inclusive por redes sociais e telefone, com a vítima do golpe. Ela também deve manter uma distância mínima de 500 metros da mãe.
Ela terá ainda de comparecer mensalmente ao juízo e aos autos do processo quando solicitar. Sabine também não pode se ausentar de sua residência por mais de 10 dias sem autorização judicial. O descumprimento de alguma dessas medidas acarretará em novo mandado de prisão.
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Relembre o caso
Boghici foi presa no dia 10 de agosto de 2022, acusada de aplicar um golpe de mais de R$ 724 milhões contra a própria mãe.
Primeiro, ela contratou uma mulher para se passar por vidente e abordar a vítima na rua e alertá-la sobre a morte iminente da suspeita.
Em seguida, a suposta profeta levou a idosa até outras duas comparsas, apresentadas como sendo cartomante e mãe de santo. Na ocasião, a dupla confirmou a previsão e sugeriram que fosse realizado um "trabalho" para salvar a filha dela. Elas informaram que seria necessário pagar pelo serviço.
A vítima ficou assustada e decidiu contar o acontecido para a filha, que fingiu surpresa e insistiu que a mãe pagasse pelo procedimento. Em um intervalo de 15 dias, a idosa efetuou diversos pagamentos, que somaram R$ 5 milhões.
No início do suposto tratamento, a filha passou a isolar a mãe em casa, dispensando os funcionários do local. Em fevereiro, a vítima começou a desconfiar da relação entre a herdeira e as videntes e parou de realizar os repasses. Com o fim dos pagamentos, a mulher passou a agredir e ameaçar a própria mãe.