Rede de barbearias era usada para lavar dinheiro do tráfico de drogas; entenda o caso

Empresa recebia recursos do tráfico, proveniente de extorsão de famílias pobres no município de Viamão, no Rio Grande do Sul

Escrito por Redação ,
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Legenda: Rede de barbearias famosa é alvo de operação policial por suspeita de lavagem de dinheiro do tráfico
Foto: Divulgação PC-RS

Oito pessoas foram presas nesta quinta-feira (25) durante Operação Xerxes, da Polícia Civil do Rio Grande do Sul. A ação combate uma organização criminosa responsável por lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas e extorsões. 

Entre os alvos da investigação está uma famosa rede de barbearias, que teria lavado cerca de R$ 33 milhões em 2 anos e meio.

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Segundo a PC-RS, a empresa teve um crescimento desproporcional com abertura de diversas franquias, inclusive no Rio de Janeiro, e com seus proprietários ostentando vida de muito luxo. 

Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Viamão, Novo Hamburgo, Canoas, no Rio Grande do Sul, e na cidade do Rio de Janeiro (RJ). 

Foram apreendidos 34 veículos, incluindo 3 jet skis e automóveis de luxo. Também houve a indisponibilização de 17 imóveis, avaliados em mais de R$ 7 milhões, e o bloqueio de contas de suspeitos.

Extorsão de moradores

A investigação, coordenada pelo delegado Filipe Bringhenti, apurou a criação de um esquema de lavagem de dinheiro patrocinado por membros de uma organização criminosa visando mascarar a origem ilícita de valores provenientes do tráfico de drogas e, principalmente, de extorsões praticadas contra moradores de um loteamento no município de Viamão.

Cada um dos moradores dos cerca de 600 lotes era compelido a pagar uma mensalidade à associação. Aquele que não pagasse o valor era ameaçado, agredido e expulso da comunidade.

Segundo a polícia, empresário recebia recursos de traficantes, que ainda extorquiam dinheiro de famílias pobres em Viamão. Os valores das extorsões eram depositados nas contas da associação e passavam por “contas de passagem” antes de aportarem nas contas dos criminosos e de empresas constituídas por eles ou por terceiros (laranjas).

 

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