Ratanabá: fake news sobre cidade perdida na Amazônia volta a circular na internet
Instituto defende existência da civilização perdida, mas não dá quaisquer evidências da descoberta da tal cidade
Após o desaparecimento do indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, voltou a ganhar força na internet um boato antigo relacionado a floresta Amazônica: a de que o bioma esconde uma cidade perdida e repleta de riquezas, chamada Ratanabá. As informações são do Correio 24 Horas.
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A civilização teria sido criada há 450 milhões de anos e estaria soterrada, escondendo riquezas que seriam o verdadeiro interesse estrangeiro pela região. Neste período, no entanto, não existia floresta amazônica, tampouco seres humanos.
A história começou a ser divulgada pelo Dakila Pesquisas, uma entidade sem vinculação com institutos de pesquisa de universidades ou órgãos oficiais. A Ratanabá também não está em nenhum estudo acadêmico ou artigos de publicações científicas.
Além disso, nenhum dos supostos pesquisadores do instituto informa o currículo Lattes ou dá quaisquer evidências da descoberta da tal cidade.
Teorias não comprovadas
Outro ponto que descredibiliza a história é o fato desse mesmo órgão defender teorias nunca comprovadas, como, por exemplo, a de que a Terra não é redonda, e a existência do ET Bilú. O instituto também faz parte de movimentos anti-vacina.
Urandir Oliveira, líder do instituto, defende a tese de que a cidade seria o real interesse de estrangeiros e ONGs internacionais pelo Brasil, em busca de um grande tesouro soterrado. Ele chegou a defender em entrevistas que as riquezas presentes em Ratanabá seriam o suficiente para "deixar todos os brasileiros milionários".