Procurador que espancou chefe é absolvido pela Justiça após laudo de esquizofrenia

Macedo foi considerado inputável após diagnóstico da doença

Escrito por Redação ,
Procuradora agredida
Legenda: A agressão teria sido motivada depois que ela abriu um processo administrativo contra o procurador
Foto: Reprodução

O procurador Demétrius Oliveira Macedo, que agrediu a própria chefe, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, durante o expediente em um prédio da Prefeitura de Registro (SP) em 2022, foi absolvido, nesta sexta-feira (16), pela Justiça de São Paulo. Mesmo o acusado tendo reconhecido a agressão, ele foi considerado imputável após ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide. O diagnóstico da doença aconteceu após a avaliação de cinco médicos.

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"Na presente condição, o acusado no processo penal, por mais que reconhecido tenha praticado fato típico e antijurídico, não pode ser responsabilizado penalmente, porque seu comportamento não pode ser tomado como crime, porque o agente não é culpável", afirmou o juiz na decisão, conforme informações da Folha de S. Paulo.

Macedo - que na época do crime foi detido e internado em um hospital psiquiátrico com comportamento de personalidade narcisista e combativa - deve permanecer internado no hospital de custódia por, no mínimo, três anos. Também foi determinado que ele passe por exames anuais para avaliar sua periculosidade.

O juiz Rapahel Ernane Neves salientou o fato que Demétrius "tinha dificuldades em entender-se chefiado por uma pessoa do sexo feminino". Além disso, afirmou que ele "buscou depreciar a ofendida contra quem nutria sentimento de ódio por acreditar sofrer perseguição no ambiente laboral".

RELEMBRE O CASO

Gabriela Samadello, chefe de Demétrius, foi agredida com socos e chutes no dia 20 de junho de 2022. A agressão teria sido motivada depois que ela abriu um processo administrativo contra o procurador por conta da conduta dele no ambiente de trabalho.

Uma funcionária tentou ajudar a parar a agressão, mas foi empurrada pelo homem e bateu as costas na porta do local de trabalho. O procurador só foi parado quando dois funcionários do setor jurídico ouviram os gritos e conseguiram contê-lo. Demétrius foi afastado do cargo e recebeu voz de prisão dias depois.

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