PF deflagra nova fase de operação para apurar tráfico de cocaína em aviões da FAB
A corporação investiga indícios de lavagem de dinheiro praticada pelo suspeito apontado como líder da associação criminosa
A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (15), uma nova fase da Operação Quinta Coluna, que investiga o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para o tráfico internacional de drogas. A corporação apura indícios de lavagem de dinheiro praticada pelo suspeito apontado como líder da associação criminosa. As informações são do O Globo.
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A Justiça Federal determinou o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão em Florianópolis (Santa Catarina) e Brasília (Distrito Federal), além de autorizar o sequestro e bloqueio de cinco imóveis, uma academia de ginástica, R$ 2 milhões referente a um empréstimo, dois veículos de luxo e R$ 1,6 milhão de contas atribuídas ao investigado e empresas ligadas a ele.
“As investigações apontam que a aquisição de bens e movimentação de valores foram realizadas majoritariamente em espécie e que o investigado teria se utilizado de parentes para figurarem como ‘laranjas’, [além] de empresas de fachada para dissimular a propriedade de imóveis e movimentação de vultosas quantias”, detalhou a PF em nota.
Prisão de empresário
O empresário Marcos Daniel Gama, conhecido como "Chico Bomba" foi preso pela PF, em outubro, suspeito de obstruir a investigação sobre o tráfico de cocaína em um dos aviões da FAB. No entanto, no mesmo mês, ele foi solto após uma determinação da Justiça Federal.
A defesa do empreendedor, que nega qualquer irregularidade, argumentou "inconsistências" e "incoerência" nos depoimentos que apontavam que ele ameaçou testemunhas. A juíza interpretou que não havia mais elementos para justificar a detenção do empresário e determinou a soltura.
Cocaína em voo presidencial
O inquérito sobre a presença de drogas em aviões da FAB iniciaram em julho de 2019, após o segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, ser preso no aeroporto em Sevilha, Espanha, portando 39 quilos de cocaína na bagagem. Ele viajou com a droga em uma aeronave militar a serviço de uma missão presidencial — a ida do presidente Jair Bolsonaro ao Japão.
O avião dava suporte à missão do Executivo e fazia uma escala no país europeu. O segundo-sargento desempenhava o papel de comissário de bordo em voos oficiais da Aeronáutica e ganhava um salário bruto de R$ 7,2 mil.
Rodrigues foi condenado por um tribunal de Servilha em 2020. Ele recebeu seis anos e um dia de prisão, além de uma multa no valor de dois milhões de euro — cerca de R$ 9,5 milhões —, após fechar um acordo com a promotoria espanhola. O militar confessou o crime e declarou estar "profundamente arrependido".