Mulher de 53 anos morre após cair da janela de UPA no DF
Equipe médica alega que mulher estava delirando e se jogou; família denuncia omissão
Uma mulher de 53 anos morreu nesta terça-feira (14) após cair da janela da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, no Distrito Federal. A informação foi pela filha dela, Andressa Guedes Araújo, ao portal g1. "É com muita dor que informo que minha mãe acaba de falecer", disse.
Cidalva Prates Guedes estava internada com quadro grave de dengue e caiu de uma altura de 2 metros na última quinta-feira (9), sofrendo traumatismo craniano.
A equipe médica afirmou que a mulher teve delírios e pulou sozinha da janela da sala vermelha. O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges), responsável pela gestão da UPA, disse que ela recebeu a assistência devida.
O caso é investigado pela 19ª Delegacia de Polícia, após denúncia apresentada pela família de Cidalva.
A mulher foi diagnosticada com dengue hemorrágica em 24 de fevereiro e procurou a UPA em 3 de março. Inicialmente, Cidalva foi hospitalizada na sala verde, sem direito a acompanhantes. Em 8 de março, um familiar passou a acompanhar a mulher, que apresentava confusão mental e fraqueza.
Na quinta-feira (9), ela foi transferida para a sala vermelha, de onde caiu. Em depoimento à polícia, uma das filhas de Cidalva disse que foi informada "que a paciente havia tido delírios e pulado sozinha da janela aberta na sala vermelha".
Família denuncia omissão
Andressa disse ao portal Metrópoles que a família acredita que a mãe não recebeu os cuidados necessários. "A gente deixou a nossa mãe lá bem, para se curar de uma dengue. E minha mãe saiu de lá com traumatismo craniano porque não cuidaram dela. Não cuidaram dela. Deixaram ela pular. Segundo eles, por um delírio. Mas, se uma pessoa está com delírio, porque não amarra, não contém, não ficam olhando", disse.
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No dia do acidente, Andressa acompanhou a transferência da mãe para a nova ala. Ela contou que saiu da UPA por volta de 17h, e a mãe estava bem. Por volta de 20h, retornou ao local para ter notícias e foi surpreendida com a informação da queda.
"Só fomos avisadas porque fomos lá. Ninguém ligou para gente. Não tem uma ligação", disse Andressa. A equipe médica afirmou que Cidália sofreu uma hemorragia cerebral gravíssima, sem reversão do quadro.
Em nota, o Iges-DF afirmou que a equipe não apresentou um quadro que necessitasse de contenção. "Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala, a equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela", diz a nota.