Ministério Público do Rio Grande do Sul critica série da Netflix sobre incêndio na Boate Kiss

Tragédia ocorrida em 2013 é retratada na série de forma dramatizada

Escrito por Redação ,
Cena da série Todo Dia a Mesma Noite
Legenda: Série da Netflix retrata tragédia mostrando personagens baseados em vítimas e familiares dos envolvidos no incêndio
Foto: divulgação/Netflix

O Ministério Público do Rio Grande do Sul divulgou nota, na terça-feira (31), criticando a série Todo Dia a Mesma Noite, baseada na tragédia ocorrida na Boate Kiss, em Santa Maria, em 2013. O posicionamento alega que a produção “contribui para a desinformação e para a criação de uma memória coletiva contaminada por versões e por fatos que não ocorreram como apresentados”.

Na série, dramatizada e com personagens baseados em familiares de vítimas e pessoas envolvidas no incêndio, a narrativa mostra parte da busca das famílias por justiça, com o intuito de responsabilizar pessoas e autoridades investigadas.

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Segundo o MPRS, "a série explora, para o entretenimento, a dor de centenas de famílias, ainda enlutadas, que aguardam, em longa espera, a punição dos culpados".

No restante do texto, o órgão também questiona a utilização do caso que segue em tramitação. O motivo seria baseado no fato de que pode haver novo júri popular. "Possibilidade que a instituição luta com muito empenho para afastar", acrescenta o texto sobre o último ponto.

Júri

Quatro réus foram citados pelo MPRS na nota. São eles: Elissandro Callegaro Spohr, Mauro Hoffmann, Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Ainda conforme o órgão, o objetivo é evitar reversão da anulação do júri.

"O MPRS vem travando uma longa e árdua batalha para garantir a pronúncia dos quatro réus, responsáveis diretamente pelos homicídios, a posterior condenação, ocorrida em julgamento realizado em dezembro de 2021 e, a reversão da anulação do júri por meio de recursos aos Tribunais Superiores", finaliza o documento.

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