Ministério Público defende permanência de Marcola em penitenciária de segurança máxima
Defesa de detento soliticou transferência de Marcola para unidade estadual
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) manifestou-se contra a possibilidade de Marco Willians Herbas Camacho, popularmente conhecido como Marcola e número 1 na hierarquia da maior facção criminosa da América Latina, deixar a Penitenciária Federal de Brasília. Proposto pela defesa do detento, o pedido previa o retorno de Marcola ao sistema carcerário estadual.
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De acordo com informações do Metrópoles, o órgão teria argumentado que Marco Willians é, comprovadamente, “integrante ativo” de facção criminosa, sendo um “dos fundadores e elemento de grande importância” da organização. “É fato público e notório que não exige maiores investigações”, justificou o procurador João Antônio Santos Rodrigues.
Rodrigues ainda ressaltou que, além de encaixar-se nos casos previstos na lei que regulamenta a transferência de presos para penitenciárias de segurança máxima, o detento ainda está “envolvido em incidentes de fuga, de violência ou de grave indisciplina no sistema prisional de origem”.
Com condenações que somam mais de 300 anos de prisão, Marcola está detido na penitenciária de Brasília, após ter sido transferido, no início do ano, de Porto Velho, em Rondônia. A movimentação ocorreu devido à suspeita das autoridades de um suposto plano de fuga.
Na época, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, declarou que a transferência era uma forma de “garantir a segurança da sociedade”.
No local, considerado de segurança máxima, o detento permanece isolado, tem forte vigilância e perde o direito a visita íntima. Marco Willians ainda tem todas as conversas em parlatório gravadas e direito a somente 2 horas de banho de sol por dia.
PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA
Inconformada com a transferência, a defesa de Marcola recorreu, pedindo que o detento fosse levado para uma unidade prisional estadual. Para sustentar a solicitação, os advogados argumentaram que a “mera opinião” de que o cliente participa da organização criminosa “não está comprovada” e que suas “garantias materiais e processuais” estão sendo negligenciadas pela Justiça.
Companheira de Marco, Cynthia Giglioli Herbas Camacho afirmou, em setembro, que o parceiro estaria passando fome na penitenciária de Brasília. O Governo Federal, no entanto, rebateu a acusação, declarando que a unidade oferecia seis refeições diárias ao detento.