Menino Gui, que acordou de coma, tem contas de redes sociais hackeadas
As redes sociais da mãe do garoto haviam sido hackeadas na última sexta-feira (30)
O menino Gui, que viralizou após acordar de coma, teve as redes sociais hackeadas. O crime aconteceu após a mãe de Guilherme Gandra Moura, Tayane Orrico, contar que suas redes também haviam sido hackeadas. O caso é investigado pelo 50ª DP, em Itaguaí, no rio de Janeiro. As informações são do jornal Extra.
Marcos Santana Gomes, delegado responsável pela investigação, informou que a divulgação do crime é necessária para que se possa evitar novas vítimas. Pessoas foram enganadas pelos golpistas e chegaram a transferir dinheiro, via pix a "pedido" das contas. "O caso foi registrado nos últimos dias. Estamos nas primeiras linhas de investigação. Queremos descobrir em que conta as pessoas depositaram as doações", disse.
O delegado ainda informou haver suspeitos se passando por parentes de Gui. Os suspeitos invadiram o perfil da nutricionista e do filho no Instagram e no Facebook. O WhatsApp de Tayane também foi hackeado.
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Mensagem do golpe
Alessandra Orrico, tia de Gui, caiu no golpe e chegou a fazer doações aos golpistas. Tayane alega que citaram a doença de Gui para pedir as "doações". O menino tem epidermólise bolhosa, doença autoimune rara, sem cura e não transmissível.
"Ficamos arrasados. Usaram a doença do meu filho, escreveram um texto pedindo dinheiro como se eu tivesse dito palavras como "juro pela doença dele" para conseguirem pix. Foi muito forte. Maldade. Eles tentaram convencer as pessoas usando isso. Estamos muito abalados", contou Tayane.
O delegado responsável pelo caso explica que em golpes como esse, as pessoas mais próximas podem ser vítimas. "Num caso como esse do Guilherme, de comoção nacional, que não é possível o contato com todos, é ainda mais fácil (para o golpe). Criminoso não tem escrúpulo", disse.
Investigações
Gomes explica que em casos de crimes como esses também há a etapa de investigação com as empresas de tecnologia. "Uma das linhas é de levantar informações sobre as contas, como utilizar sistemas de quebra de sigilo para descobrir o IP de quem invadiu. Isso depende de autorização judicial e das mídias, o que leva mais tempo. Mas vamos também buscar essa informação", explicou.
O delegado acrescenta que é importante que um boletim de ocorrência seja aberto em casos como esses, seja eles no caso de terem o perfil hackeado ou caírem no golpe.
"Por ser um fato de comoção nacional, pessoas de outros estados vão ver. Um ponto positivo é ela ter conseguido parar o sangramento, isso é, recuperar uma das contas. Nela, a vítima pode informar o que tem acontecido. Essa informação (de que a família não pede doações) é de suma relevância. As pessoas fazem a transferência de coração, e existe um golpista do outro lado", concluiu.