Mais de 170 pessoas têm queimadura nos olhos após usar pomada para cabelo no Rio
Segunda a Anvisa, também há casos registrados em Minas Gerais, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Bahia e Paraná
Hospitais municipais do Rio de Janeiro atenderam mais de 170 casos de pessoas com queimaduras nos olhos após usarem pomadas modeladoras nos cabelos, desde segunda-feira (25). Só na emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, foram registrados 135 atendimentos.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os pacientes apresentaram sintomas de irritação após o uso de pomada para fazer tranças ou penteados fixados. O produto teria escorrido para os olhos depois de o cabelo ser molhado e causou as lesões.
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Investigações
O caso está sendo apurado pela Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância Sanitária do Rio (Ivisa-Rio). O órgão iniciou uma investigação para identificar quais as marcas dos produtos usados pelos pacientes e em quais estabelecimentos os penteados foram feitos.
A Anvisa emitiu uma nota oficial sobre o caso, na tarde desta quarta-feira (27), afirmando ter recebido relatos de crianças e adultos com "efeitos indesejáveis supostamente ocasionados por produtos cosméticos para modelar/trançar os cabelos".
Segundo a agência, também foram registrados casos semelhantes em Minas Gerais, Maranhão, Pernambuco, São Paulo, Bahia e Paraná.
Os sintomas podem ser apresentados como:
- Reação alérgica;
- Perda temporária da visão;
- Vermelhidão dos olhos;
- Forte ardência nos olhos;
- Lacrimejamento intenso;
- Coceira/prurido;
- Inchaço ocular;
- Dor de cabeça.
A Anvisa ainda informou que, em um dos casos, houve lesão grave nos olhos, enquanto alguns pacientes teriam demorado até 15 dias para recuperarem totalmente a visão. A maioria dos casos ainda se concentra no Rio de Janeiro.
Conforme a agência, resquícios de pomada modeladora podem permanecer no cabelo durante horas ou dias, o que requer um cuidado especial com os olhos, buscando sua proteção quando os cabelos entrarem em contato com água. "Se a situação já está assim por causa do Natal, pode ficar pior para o Réveillon, pois sabemos que muitas pessoas terminam a noite mergulhando no mar", disse Paula.