Julgamento da morte de Lucas Terra: entenda caso de pastores acusados de matar jovem em Salvador

Júri popular teve início nessa terça-feira (25) e deve durar quatro dias

Escrito por Redação ,
Lucas é um menino branco, loiro, de cabelo liso cortado em cuia.
Legenda: Lucas tinha 14 anos quando foi assassinado.
Foto: Reprodução/TV Bahia

Quando tinha apenas 14 anos de idade, em março de 2001, Lucas Terra foi queimado vivo. Os acusados do crime são três pastores da igreja que o menino frequentava. O corpo dele foi encontrado em um terreno baldio de Salvador. 

O assassinato do jovem chocou a Bahia, à época, e segue impactando a família. Após 22 anos de espera, o júri popular para tratar do caso foi iniciado apenas nessa terça-feira (25), em Salvador. As informações são do g1.

Segundo o portal, o julgamento deve durar quatro dias. Serão ouvidas 15 testemunhas de defesa e acusação. Ao fim, o júri, composto por duas mulheres e cinco homens, decidirá se os acusados serão condenados ou absolvidos.

Quem são os acusados?

Os acusados de matar Lucas são Silvio Galiza, Joel Miranda e Fernando Aparecido Silva, pastores da igreja que o menino frequentava. Galiza foi o primeiro suspeito identificado e foi julgado e condenado em 2004.

Dois anos depois, o pastor denunciou Joel e Fernando por envolvimento no crime. Os dois esperaram em liberdade o julgamento e continuaram a frente de instituições religiosas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, conforme o g1.

Joel Miranda (à esquerda) e Fernando Aparecido da Silva (à direita) são acusados de envolvimento no crime
Legenda: Joel Miranda (à esquerda) e Fernando Aparecido da Silva (à direita) são acusados de envolvimento no crime.
Foto: Reprodução/TV Bahia

A dupla é acusada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, com agravantes de motivo torpe, emprego do meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

O crime

De acordo com o g1, com base em laudos da polícia, Lucas foi queimado vivo, após ter sido colocado dentro de uma caixa de madeira. Além disso, há denúncias de que o jovem foi estuprado antes de ser assassinado. Mas, na época, os investigadores não constataram o estupro nos exames de necropsia.

Um dos advogados da família, porém, disse à TV Bahia nessa terça (25) que a acusação tem provas de que o estupro foi cometido e vai apresentá-la ao júri ao longo dessa semana.

Uma das motivações para o homicídio, de acordo com Galiza, o primeiro pastor a ser capturado, é de que Lucas flagrou Joel e Fernando tendo relações sexuais dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus.

A última vez que Carlos Terra, pai do menino, soube dele, foi quando Lucas telefonou para casa, por volta de 23 horas, para avisar que estava com o pastor Galiza. Ele havia saído horas antes para um culto noturno, e nunca mais voltou.

Assuntos Relacionados