Juiz é afastado após acusações de assédio por colega, advogada e estagiárias
Juiz Odijan Paulo Goncalves Ortiz teria importunado sexualmente quatro mulheres no ambiente de trabalho, em espaços públicos e por meio das redes sociais
O juiz Odijan Paulo Goncalves Ortiz, da 1ª Vara Criminal de Vacaria, foi afastado pela Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) após denúncias de assédio e importunação sexual. De acordo com informações do portal Gaúcha Zero Hora, as vítimas seriam quatro mulheres: uma juíza, uma advogada e duas estagiárias.
As denunciantes afirmaram que os episódios envolvendo as condutas inapropriadas de Ortiz teriam ocorrido no ambiente de trabalho, em espaços públicos e nas redes sociais.
Por meio da defesa, o juiz negou as acusações. O advogado de Ortiz, Rafael Maffini, afirmou que ele "sempre pautou sua atividade profissional pela correção de sua conduta, respeito e dedicação incondicional ao trabalho". Sobre as denúncias, Maffini disse que a "defesa manifesta-se no sentido de que será demonstrada a inocorrência das infrações imputadas".
Denúncias
A primeira denúncia contra Ortiz foi feita em maio deste ano, por uma colega de magistratura. Na ocasião, um processo foi instaurado e corre em sigilo no TJRS e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Em depoimento, a vítima disse que foi importunada pelo juiz em um restaurante, que falou sobre uma festa dos aprovados no concurso para juiz. "Ele disse que gostaria muito de ter dançado comigo durante a festa, que queria ter me chamado (...) por conta 'daquelas rebolada'. Inclusive me preocupei com isso, mas estava com vestido no joelho, gola alta e manga comprida. Ainda que estivesse de outra forma, não achava razoável", contou a juíza.
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A mulher também relatou que não se sentia segura na presença do colega de trabalho e que ele teria fixado o olhar na direção dos seus seios enquanto a juíza fazia uma anotação.
Além disso, uma advogada e duas estagiárias denunciaram que ele interagia com elas de forma desrespeitosa e inapropriada nas redes sociais, com reações e curtidas em postagens.
"Eu tinha medo que qualquer resposta, que pudesse parecer que sim ou que não, gerasse represália nos processos. Fiquei com medo disso e não respondi nada", disse a advogada.
"Eu só comecei a achar estranho mesmo quando ele começou a reagir com 'uau' na minha foto. Foto com decote no Instagram. Em nenhum momento eu respondi, e mesmo assim seguiu", afirmou uma das estagiárias.