Jovem afirma que não sabia que bicicleta elétrica comprada em site era furtada

Matheus Ribeiro contou que pediu a nota fiscal ao vendedor, mas ele disse que o dono estava viajando

Escrito por Redação ,
Matheus Ribeiro, jovem negro acusado de furtar bicicleta elétrica por casal no Leblon
Legenda: O veículo foi periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, e devolvido ao proprietário
Foto: reprodução

O instrutor de surfe Matheus Ribeiro afirmou, neste domingo (20), que não sabia que a bicicleta elétrica que havia comprado era furtada. O jovem negro, que foi acusado, sem provas, por um casal no Leblon, Rio de Janeiro, de ter furtado o veículo, comprou o objeto em um site que vende produtos usados. 

"A gente nunca faria uma coisa desse tipo. Assim como a gente está lutando para brigar pela nossa inocência, que a gente não roubou uma bicicleta que é que foi o que aconteceu no momento passado, a gente também está dizendo a verdade agora. Se fosse uma bicicleta que a gente soubesse que foi roubada, a gente não compraria", disse ele em entrevista ao Fantástico.

O veículo foi periciado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil, e devolvido ao proprietário. 
 
No último dia 12 de junho, Matheus procurou a delegacia do Leblon apos ser abordado e hostilizado por Tomás Oliveira e Mariana Spinelli. O casal havia tido uma bicicleta parecida com a do rapaz furtada minutos antes e o acursaram de tê-la pego.

À Polícia, o instrutor de surfe contou que adquiriu o objeto por R$ 3.600 em um site de venda de usados. Ele disse ter pagado o valor no cartão de crédito da namorada.

"A gente acabava sempre cobrando a nota fiscal. Depois, ele [vendedor] disse: 'O cara ainda está viajando, eu não tenho contato com o primeiro dono ainda, ele está viajando, está viajando'", relatou Matheus ao Fantástico. 

A bicicleta que estava com o jovem não tinha a chave original. A namorado dele, Maria Elisa Sales Faes, disse que não se atentou ao objeto, pois nunca possuiu uma bicicleta elétrica. 

"A gente pensou até que o dono pudesse ter perdido a original e ter feito alguma cópia", explicou Matheus ao programa. 

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o crime de receptação

Crime de calúnia 

Em outro registro na delegacia do Leblon, o instrutor de surfe consta como vítima de um suposto crime de calúnia cometido pelo casal Mariana Spinelli e Tomás Oliveira. Os dois são acusados de racismo por Matheus por tê-lo abordado na porta do Shopping Leblon. Na ocasião, eles haviam acabado de ter a bicicleta elétrica, idêntica à de Matheus, furtada.  

Foto do casal
Legenda: A professora de dança e o designer foram desligados das empresas em que trabalhavam
Foto: Reprodução

Em depoimento à Polícia, Matheus disse acreditar que o fato só tenha acontecido por ele ser negro. Ele negou que tenham havido ofensas expressas de caráter racial, mas disse ter se sentido triste, indignado e com raiva porque o casal já chegou o acusando do furto e, em momento algum, disseram que acabaram de ser vítimas de um crime. 

Os dois afirmaram, em defesa, que não abordaram Matheus "em razão da cor da pele" e disseram que teriam o mesmo comportamento caso fosse uma pessoa branca. 

Na semana passada, o jovem  Igor Martins Pinheiro, de 22 anos, foi preso suspeite de furtado a bicicleta de Mariana e Tomás. A Polícia obteve imagens que mostram Igor cortando a tranca da bicicleta. 

Após o caso, Mariana Spinelli e Tomás Oliveira foram demitidos pelas empresas para quais trabalhavam.

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