Irmã de petista assassinado critica Bolsonaro após telefonema: 'depois que bate resolve consolar'

Luziana de Arruda é uma das seis irmãs de Marcelo e era uma das mais próximas do petista

Escrito por Redação ,
Legenda: Marcelo foi morto no próprio aniversário
Foto: reprodução/arquivo pessoal

Luziana de Arruda, uma das irmãs de Marcelo de Arruda, petista assassinado durante o próprio aniversário em Foz do Iguaçu (PR), criticou o presidente Jair Bolsonaro por uso político do vídeo em que aparece conversando com os irmãos da vítima. "Depois que bate ele resolve consolar?", questionou.

Segundo ela, que falou sobre o caso à Folha de S. Paulo, Bolsonaro só teria se compadecido após ter minimizado o caso em declarações públicas. 

"Foi usado para cunho político, quando as declarações do senhor presidente da República e do seu vice não foram as declarações legais", afirmou Luziana, opinando que o presidente e o vice, Hamilton Mourão, só resolveram consolar a família após a repercussão.

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Marcelo foi morto a tiros pelo policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Bolsonaro. O homem invadiu a festa de Marcelo durante a festa de aniversário com temática do PT e fez vários disparos, resultando na morte do petista.

Na ação, Jorge também foi baleado e está internado em estado grave. Ainda no local, quando caiu no chão ferido, ele foi alvo de chutes dos convidados - o que foi criticado por Bolsonaro.

Ligação em vídeo e repercussão

O presidente chegou a afirmar disse que vai esperar a conclusão da investigação para saber o que havia ocorrido. Mourão também disse que casos como esse ocorrem "todo final de semana".

"De repente, eles resolvem se compadecer da nossa família, resolvem querer nos ouvir. Acho que ele [Bolsonaro] viu que a coisa tomou proporção gigantesca e resolveu voltar atrás das palavras", disse Luziana. 

Além disso, ela criticou a divulgação do vídeo da conversa de Bolsonaro com a família, afirmando que foi um choque ver como tudo foi colocado nas redes sociais. Luziana tem 44 anos e é uma dos seis irmãos de Marcelo.

Segundo a Folha, a família está relutante em visitar o Palácio do Planalto na quinta (14), logo depois do convite feito pelo presidente na visita. 

A ligação de vídeo feita à família partiu do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que esteve na casa de um dos irmãos de Marcelo, com o aval de Bolsonaro, para intermediar a conversa. 

A viúva de Marcelo, Pâmela Suellen Silva, falou ao O Globo sobre o posicionamento do presidente: "Acredito que Bolsonaro está preocupado com a repercussão política, porque, tanto no vídeo que fez no cercadinho como no que conversa com os irmãos do Marcelo, Bolsonaro diz que estão tentando colocar a culpa nele", disse. 

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