Henry Borel morreu em intervalo de 4h após sofrer hemorragia interna, conclui laudo do IML
Conforme o documento, o óbito da criança deve ter acontecido entre 23h30 e 3h30 do dia 8 de março
Henry Borel, de 4 anos, morreu em um intervalo de quatro horas após sofrer hemorragia interna provocada por lesão hepática, conclui o laudo complementar do Instituto Médico Legal (IML). Conforme o documento divulgado pelo jornal O Globo, o óbito da criança deve ter acontecido entre 23h30 e 3h30 do dia 8 de março.
De acordo com o depoimento da professora Monique Medeiros à Polícia, ela e o namorado, o médico e vereador carioca Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), socorreram o garoto por volta das 4h09.
As novas informações sobre o corpo do menino foram reveladas pelo legista Leonardo Huber Tauil, responsável pelos dois exames de necropsia de Henry Borel. O profissional respondeu a 16 perguntas elaborados pelo delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), sobre as 23 lesões atestadas nos documentos.
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Atualmente, Monique e Dr. Jairinho estão presos por suspeita de homicídio duplamente qualificado, por emprego de tortura e impossibilidade de defesa da criança.
Lesões provocadas por unhas
O especialista afirmou ainda no laudo final que Henry apresentava lesões nas áreas "nasal" e "infra orbital" compatíveis com escoriações causadas por unhas. Além de uma ferida no lábio provocada por uma tentativa de entubação no Hospital Barra D'Or. Os peritos acreditam que as lesões tenham sido causadas pelas manobras de reanimação realizadas pelos pediatras na tentativa de salvar o menino, que já chegou morto na unidade de saúde.
Agradecimento após falso depoimento
No novo relatório também estão mensagens inéditas recuperadas do celular de Monique Medeiros, que revelam que ela agradeceu à empregada Leila Rosângela de Souza Mattos após a funcionária ter dado o primeiro depoimento à Polícia.
Na primeira versão, prestada no dia 21 de março, a doméstica negou saber de qualquer conflito familiar, mas, em uma segunda declaração aos investigadores, Leila Rosângela revelou estar no apartamento da família, no dia 12 de fevereiro, quando Henry teria sido agredido pelo vereador.
Dois dias após depor pela primeira vez, no dia 23 de março, Leila Rosângela recebeu uma mensagem de Monique. “Dorme bem. E não nos abandone. Você, mesmo por pouco tempo, já faz parte das nossas vidas. Só não perde a fé. Ore por nós”, escreveu Monique às 0h37. A empregada respondeu: “Durma bem também! Eu não vou abandonar. Vou orar sempre. Beijos”.
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Após o casal ser preso, em 14 de abril, Leila Rosângela voltou a prestar um novo depoimento à Polícia e fez revelações sobre uma suposta rotina de violência contra Henry. Ela admitiu ter visto o garoto com “cara de apavorado” e mancando, o que teria acontecido após ter relatado que levou “chutes” e “bandas” do padastro no dia 12 de fevereiro, cerca de um mês antes do assassinato da criança. Na ocasião, Dr. Jairinho tinha se trancado no quarto com Henry, relataram, ela e a babá Thayna Oliveira em depoimento.
Morte de Henry Borel
Henry Borel morreu na madrugada de 8 de março, no apartamento em que vivia com Monique e Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca. Segundo as investigações, ele era agredido pelo vereador com bandas, chutes e pancadas na cabeça. Monique tinha conhecimento da violência desde o dia 12 de fevereiro, pelo menos.
O laudo da perícia sobre o corpo concluiu que a criança apresentava 23 lesões provocados por ação violenta e descartou a versão apresentada por Monique Medeiros, de que o filho teria se machucado ao cair da cama.
Os investigadores afirmam que Henry foi assassinado com emprego de tortura e sem oportunidade de defesa. O inquérito aponta que a criança chegou à casa da mãe por volta de 19h20 de 7 de março, um domingo, após passar o fim de semana com o pai.