Grito dos Excluídos completa 30 anos em defesa de pobres e marginalizados; veja atos pelo Brasil

Em Fortaleza, movimentos sociais caminharam do Centro ao Poço da Draga

Escrito por Diário do Nordeste / Agência Brasil ,
Legenda: Pelotão de mães de vítimas da violência no Rio de Janeiro
Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Realizado anualmente no Dia da Independência, 7 de setembro, o Grito dos Excluídos é uma manifestação popular que completou 30 anos em 2024. Por todo o Brasil, o evento é organizado por entidades sociais e tem como objetivo dar voz às pessoas e grupos marginalizados, denunciando várias formas de injustiça.

Nacionalmente, o lema do 30° Grito dos Excluídos foi “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”.

Na capital cearense, com participação da Arquidiocese de Fortaleza, que representa a Igreja Católica, o evento começou às 14h com caminhada partindo do Passeio Público, no Centro.

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O grupo teve como destino a comunidade Poço da Draga, comunidade litorânea que tem resistido à falta de infraestrutura e preservado suas tradições, memórias e laços afetivos com o território.

O trajeto teve cantos, momentos de fala - destacando luta contra a pobreza, a defesa do meio ambiente, o acesso à saúde e educação, a valorização do trabalho e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária - e apresentações artísticas.

Grito dos Excluídos
Legenda: Movimento foi realizado em diversas cidades do País
Foto: Wilson Dias / Agência Brasil

Gritos no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília

No Rio de Janeiro, mães que perderam seus filhos em operações policiais formaram o pelotão de frente do Grito, que percorreu ruas do centro da cidade. Elas carregaram cartazes com os rostos das vítimas e cobraram justiça.

Uma das reivindicações envolve a federalização dos processos envolvendo letalidade policial no Rio de Janeiro.  A discussão ocorre após indícios de violações de direitos humanos em processos que tramitam na esfera estadual carioca. 

Manifestantes que se revezaram no microfone defenderam uma variedade de pautas como a defesa do meio ambiente, a garantida do acesso à moradia, o combate ao racismo religioso, o fim da política repressiva de guerra às drogas e a mudança nas escalas de trabalho, entre outras. 

Já em São Paulo, desde as 8h, pessoas em situação de rua, religiosos, militantes, imigrantes, membros de movimentos sociais e sindicais começaram a se reunir na Praça da Sé, na capital paulista, para pedir urgência no atendimento das necessidades dos excluídos, como a população em situação de rua e a carcerária.

Legenda: Em São Paulo, grupo cobrou políticas públicas para idosos
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Entre os movimentos sociais presentes estavam a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos Por Barragens, a Pastoral dos Moradores de Rua, a Marcha Mundial das Mulheres, e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em Brasília, mais de 40 organizações participaram este ano do ato. Na 30ª edição, a mobilização foi chamada pelos organizadores de Grito dos Excluídos, Excluídas e Excluídes.

Como surgiu o Grito dos Excluídos?

A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas nasceu em uma reunião de avaliação do processo da 2ª Semana Social Brasileira, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que aconteceu nos anos de 1993 e 1994.

O primeiro Grito ocorreu em 7 de setembro de 1995, com o lema “A vida em primeiro lugar”, e foi realizado em 170 localidades. 

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