'Gatinha da Cracolândia' já havia sido detida há menos de um mês, também por tráfico de drogas

A jovem foi capturada com o namorado, mas obteve liberdade condicional e prisão domiciliar por ser mãe de uma criança com menos de um ano

Escrito por Redação ,
'Gatinha da Cracolândia' já havia sido detida há menos de um mês, também por tráfico de drogas
Legenda: De acordo com a Polícia Civil, Lorraine Cutier e o namorado comercializam entorpecentes na região da Cracolândia, em São Paulo. Com a prisão dele, a jovem assumiu o controle no negócio
Foto: Reprodução

A jovem Lorraine Cutier Bauer Romeiro, de 19 anos, a “Gatinha da Cracolândia”, presa pela Polícia Civil na quinta-feira (22) em Barueri, São Paulo, suspeita de participar de esquema de tráfico de drogas, já havia sido detida há menos de um mês pelo mesmo crime. As informações são do R7.

Lorraine e o namorado, André Japonês, foram capturados no dia 30 de junho de 2021. A jovem, no entanto, obteve liberdade condicional e prisão domiciliar por ser mãe de uma criança com menos de um ano. Logo após, ela mudou de endereço sem notificação, contrariando as ordens do Poder Judiciário.

De acordo com a Polícia Civil, ela e André comercializam entorpecentes na região da Cracolândia, em São Paulo. Com a prisão dele, ela assumiu o controle no negócio. 

Esconderijo

Ao ser presa, explicou a instituição, Lorraine colaborou com os policiais civis e indicou ter entorpecentes escondidos próximo ao Hotel Avaré, no bairro Centro, onde estava hospedada.

Os investigadores foram ao endereço e encontraram a mercadoria em um prédio em situação de abandono, na Rua Helvetia.

Apreensões

Na ofensiva, foram apreendidas 295 porções de cocaína, 85 de maconha, oito de crack, 97 frascos de lança-perfume e 16 comprimidos de ecstasy.

Também foram encontrados R$ 750 reais, uma balança de precisão, uma faca, um machado, um celular e a bolsa onde estavam os materiais.

Investigação

Para que não fosse reconhecida na região, a jovem usava roupas que cobriam quase todo o corpo e gorro sobre a cabeça.

É assim que ela aparece nas imagens que foram registradas pela Polícia Civil durante os seis meses de investigação da Operação Carontes

As equipes da instituição se infiltraram no fluxo e gravaram pessoas praticando o tráfico de drogas na região, descobrindo como funciona o esquema, ordenado por uma facção criminosa do Estado, com atuação dentro e fora dos presídios.

Esquema

Foram criadas na Cracolândia demarcações de 30 a 40 metros, os chamados "vagões". Cada local tem um "dono", segundo as apurações dos policiais civis.

Dentro dos "vagões", são vendidas as "tendas", espaços menores feitos de lonas plásticas com estruturas de madeira. Há de oito a dez tendas em cada um dos vagões.

Como os locais ficam cobertos, os agentes da Segurança Pública têm dificuldade para visualizar durante voos de helicóptero. Conforme a Polícia Civil, Lorraine e André agiam em uma das tendas instaladas na Cracolândia. 

Nas tendas, acontece o tráfico de drogas, especialmente o crack (substância derivada da cocaína), o que Lorraine e André faziam, aponta a instituição.

Fracionados

De acordo com os levantamentos, o entorpecente chega em "tijolos" que pesam, geralmente, um quilo ou mais. Logo após, eles são fracionados, e as pequenas porções são dadas aos usuários mais frequentes, ou vendida a preços menores.

Cada "tijolo" de crack de um quilo, segundo os investigadores, é repassado nas tendas em aproximadamente dois dias. Além de crack, podem ser encontradas cocaína e maconha

Apoio

Ainda conforme as apurações dos agentes, os traficantes de drogas trabalham 24 horas e, quando saem, são substituídos por comparsas, e vão para hotéis ou cortiços, desapropriados pela Prefeitura de São Paulo. Os locais servem de esconderijo para o material ilícito.

Os entorpecentes são levados dos hotéis e cortiços para as bancas de rua por meio de homens chamados de "travessia", que à primeira vista não parecem ter relação com o tráfico de drogas, mas são os responsáveis pelo reabastecimento das tendas.

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