Funcionárias da Petrobras denunciam assédio de chefes na empresa; veja relatos

Vítimas relatam que tiveram as partes íntimas apalpadas e tentativas forçadas de relações sexuais

Escrito por Redação ,
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Legenda: A Petrobras confirmou que um petroleiro foi demitido após denúncia
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Dezenas de episódios de assédio sexual foram relatados por funcionárias da Petrobras em um grupo de WhatsApp, canal em que denunciaram colegas de trabalho e superiores hierárquicos. Segundo informações do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, as vítimas revelaram que os crimes eram cometidos quando elas estavam embarcadas em plataformas e também em outras unidades da empresa, como o Centro de Pesquisas (Cenpes).

Entre as mensagens reveladas nesta segunda-feira (3), com relatos das vítimas e testemunhas, estão situações como partes íntimas apalpadas e tentativas forçadas de relações sexuais.

Leia relatos

  • "A gente botava cadeira na porta à noite porque era proibido trancar… Uma amiga passou por uma situação bizarra. Chegou no camarote e tinha um cara mexendo nas calcinhas dela", afirmou uma das vítimas em mensagem.
  • "A recepcionista da gerência que eu trabalhava teve o seio apalpado por um petroleiro, dentro da empresa. O caso virou o escândalo da gerência e todo mundo soube do caso, mas a chefia não fez nada. A moça foi transferida de área", escreveu outra no grupo do WhatsApp.
  • "Voltando de um evento da gerência à noite, dividi o Uber com o meu gerente imediato. Quando chegou na casa dele, ele começou a me agarrar. Depois de conseguir fazer com que ele parasse, ele veio insistir que queria ir para minha casa, obviamente não deixei", diz outro relato.

Denúncias a petroleiro

Ainda conforme a publicação, funcionárias terceirizadas do Centro de Pesquisas da Petrobras, na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio, denunciaram um petroleiro por assédio sexual em 2022.

Uma das vítimas de assédio e importunação sexual foi uma mulher que prestava serviços à empresa. Em denúncia, o Ministério Público do Rio de Janeiro alegou que o agressor "esfregou por três vezes o pênis nas nádegas da vítima, conforme registro de ocorrência feito pela vítima" e tentou forçar relações sexuais com ela.

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A diretora do sindicato afirmou, nesta segunda-feira (3), que o petroleiro foi demitido após a denúncia do MP. Até a demissão, a ouvidoria da Petrobras havia arquivado o caso alegando não ter encontrado provas contra o funcionário. O petroleiro ainda teria sido transferido de setor, mas continuou trabalhando na mesma unidade. 

Ainda nesta segunda-feira, o Ministério Público do Trabalho (MPT) aguarda documentos por parte do Ministério Público Estadual para abrir uma investigação trabalhista sobre o caso.

A Petrobras confirmou que o petroleiro foi demitido após a denúncia do MP e que o processo segue em andamento na Justiça.

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