Covid-19 faz o Brasil ter “maior colapso sanitário e hospitalar da história”, alerta Fiocruz

Segundo relatório da fundação, 24 estados e o Distrito Federal têm taxas de ocupação em UTIs superiores a 80%

Escrito por Redação , pais@svm.com.br
internação covid
Legenda: Rede hospitalar de Fortaleza tem ocupação de 94%, aponta boletim da Fiocruz
Foto: Fabiane de Paula

Um Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nessa terça-feira (16), aponta que o Brasil vive o "maior colapso sanitário e hospitalar da história" por conta do avanço acelerado da pandemia. 

A identificação da condição epidemiológica "gravíssima" se deu após pesquisadores analisarem dados de secretarias estaduais e municipais de Saúde e do Distrito Federal. Conforme o levantamento, a situação da rede hospitalar é "extremamente crítica", se observados as médias móveis de casos e de óbitos e as taxas de ocupação dos leitos de terapia intensiva.

Das 27 unidades federativas, 24 estados e o Distrito Federal têm índices iguais ou superiores a 80%. Em 15 desses locais, a ocupação em UTIs é maior que 90%.

Em relação às capitais, 25 das 27 estão com essas taxas iguais ou superiores a 80%, sendo 19 delas superiores a 90%. 

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Na Região Nordeste, Fortaleza aparece na 4ª posição da lista, com 94% de ocupação, atrás de Teresina (98%), Natal (95%), e João Pessoa (93%). Na sequência estão Aracaju (90%), São Luís e Salvador (87% cada), Maceió (86%) e Recife (84%). 

A fundação voltou a reforçar a necessidade de maior rigor nas medidas de restrição das atividades não essenciais, incluindo a "restrição em nível máximo" nas regiões com ocupação de leitos acima de 85%, como o Ceará.

Medidas sanitárias indicadas pela Fiocruz

  • A proibição de eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional;
  • A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país;
  • O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana;
  • O fechamento das praias e bares;
  • A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado;
  • A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual;
  • A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos;
  • A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

Atualmente, os 184 municípios do Ceará estão em isolamento social rígido desde o último dia 13 de março. Serviços considerados não essenciais estão com funcionamento presencial suspenso, como comércio de rua, shoppings, igrejas e academias.

Somente setores da indústria, construção civil, call center, postos de combustíveis, lojas de material de construção, cartórios e estabelecimentos médicos têm autorização para abrir as portas. O deslocamento nas vias públicas está permitido para serviços essenciais. 

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