Celso Pitta morre de câncer no intestino

Escrito por Redação ,
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O político havia feito uma cirurgia para a retirada de um tumor em janeiro deste ano e fazia quimioterapia

São Paulo. O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTB), morreu, às 23h50 de sexta-feira, aos 63 anos. Ele estava internado, desde o último dia 3, no hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, onde fazia tratamento contra um câncer no intestino. Em janeiro deste ano, o ex-prefeito foi submetido a uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino e, desde então, fazia tratamento com quimioterapia no hospital.

O corpo de Celso Pitta foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. A cerimônia começou por volta do meio-dia. O enterro ocorreu, às 17 h, no cemitério Getsêmani, no Morumbi, zona oeste da cidade.

Afilhado político do deputado Paulo Maluf (PP), Pitta administrou a Prefeitura de São Paulo no período de 1997 a 2000. Maluf chegou a ir à televisão pedir votos para Pitta. Na época, ele dizia que se seu ex-secretário das Finanças não fizesse uma boa administração, os eleitores não precisariam mais votar nele em futuras disputas.

A gestão de Pitta foi marcada por uma série de denúncias. A principal delas foi o esquema de corrupção batizado de "escândalo dos precatórios". Mais tarde, Maluf viria a público dizer que errou na indicação.

Pitta acabou afastado do cargo por 18 dias - sendo substituído por seu vice-prefeito, Regis de Oliveira -, mas retomou o cargo em seguida. Ele encerrou seu mandato com um índice de reprovação na casa dos 80%. Concorreu a deputado federal e perdeu em duas ocasiões, mas manteve sua filiação ao PTB.

Satiagraha

Em julho do ano passado, Pitta foi preso pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Satiagraha, que investiga crimes financeiros atribuídos ao banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Ele saiu de casa algemado e foi encontrado pelos policiais ainda de pijama.

Contudo, o ex-prefeito e os demais investigados presos foram soltos depois. A investigação da PF resultou em uma denúncia do Ministério Público Federal, que acusou Pitta por corrupção passiva, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e organização criminosa. Todos os pedidos foram integralmente aceitos pela Justiça Federal.

Havia suspeitas de que o ex-prefeito teria feito depósitos em contas bancárias nos Estados Unidos e na Suíça. O dinheiro teria sido desviado de obras públicas realizadas em São Paulo, entre elas a construção da avenida Águas Espraiadas - hoje avenida Jornalista Roberto Marinho - na zona sul da cidade. As investigações indicam ainda que o envio do dinheiro teria ocorrido entre 1993 e 1996, quando Pitta era secretário do então prefeito Paulo Maluf e nos quatro anos seguintes, quando foi eleito e assumiu a administração municipal.

Na ocasião da denúncia, o ex-secretário de Comunicação da gestão Pitta, Antenor Braido, afirmou que as acusações já haviam sido exploradas e voltavam em período eleitoral.

Polêmica
Ex-mulher processou

Celso Pitta também teve vários desentendimentos públicos com a ex-primeira-dama e ex-mulher, Nicéa Camargo. Em abril deste ano, por exemplo, o ex-prefeito foi condenado à prisão pelo não pagamento de pensão alimentícia à ex-mulher. Na época, ele devia mais de R$ 155 mil reais a Nicéa.

A prisão foi autorizada pelo juiz Francisco Antônio Bianco Neto, da 5ª Vara da Família de São Paulo. Já em tratamento contra o câncer, a Justiça permitiu que Pitta a cumprisse a pena em prisão domiciliar