Caso Rafael: julgamento de mãe acusada de matar filho de 11 anos começa nesta segunda (21)

A suspeita está presa há quase dois anos por supostamente dopar, estrangular e matar a criança

Escrito por Redação ,
Alexandra Salete Dougokenski e Rafael Mateus Winques
Legenda: Alexandra chegou a dar entrevista para emissoras de TVs locais, pedindo ajuda para localizar o filho.
Foto: reprodução

Acusada de matar o filho de 11 anos, em maio de 2020, o julgamento de Alexandra Salete Dougokenski começa nesta segunda-feira (21) em Planalto, no Rio Grande do Sul.

A suspeita está presa há quase dois anos e responde pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual. As informações são do G1

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Relembre o crime 

Alexandra Salete Dougokenski, que tinha 32 anos na época do crime, é apontada pelas autoridades como responsável por dopar, estrangular e matar o filho de 11 anos, chamado Rafael Mateus Winques, em maio de 2020. 

Segundo a promotora Michele Kufner, Alexandra assassinou o filho pois se sentia incomodada por ele não obedecer as ordens dela, como como diminuir o uso do celular e dos jogos online.

"Ela tinha um comportamento frio. Não abria mão de ser obedecida e faria tudo para não perder esse controle", detalhou ao portal G1

Em seguida, a réu teria ocultado o corpo da criança no terreno da casa vizinha, onde o deixou em uma caixa de papelão. "A mãe sabia que no local havia um tapume que encobriria o corpo do filho. Ao deparar com uma caixa de papelão, depositou o corpo, configurando a ocultação de cadáver com três agravantes: para assegurar a impunidade do crime de homicídio, crime contra criança e contra descendentes”, disse a promotora.

Segundo a denúncia, inicialmente, Alexandra mentiu para a Polícia e disse ter acordado e percebido que Rafael havia desaparecido. Ela disse que ele não estava em casa, que a cama estava desarrumada e que não sabia o que poderia ter acontecido. 

Na ocasião, a mulher ainda declarou que não sabia o que poderia ter "motivado o mesmo a ter saído de casa sem avisar ninguém", além de que ele teria levado R$ 200 em espécie. Alexandra chegou a dar entrevista para emissoras de TVs locais, pedindo ajuda para localizar o filho. 

No entanto, 10 dias após o crime, o corpo da criança foi encontrado e a mãe admitiu o crime. Na primeira versão, ela sustentou que a morte foi causada por excesso de medicamento, mas o laudo preliminar apontou que Rafael foi morto por asfixia. No entanto, em junho, ela admitiu que estrangulou o filho. 

Segundo o delegado Eibert Moreira Neto, na noite do crime, ao ver que o filho ainda estava acordado — mesmo após ter tomado dois calmantes —, ela perdeu o controle e resolveu estrangulá-lo.

Em dezembro, durante a fase de instrução judicial, a ré passou a culpar o pai da criança pela morte dela. A defesa do homem negou a autoria do crime. 

Com o caso, a família do ex-marido de Alexandra, José Dougokinski, decidiu pedir a reabertura do inquérito sobre a morte dele, definida como suicídio em 2007. Em janeiro de 2021, a Justiça acatou o pedido de reabertura.

Como será o julgamento

Ao todo, ela é acusada de cometer quatro crimes. São eles:

  • Homicídio qualificado (motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa)
  • Ocultação de cadáver
  • Falsidade ideológica
  • Fraude processual

O júri será realizado no salão do Clube Independente, no Centro de Planalto. Serão ouvidas 11 testemunhas, sendo seis de acusação e 10 de defesa.

A ré será julgada pelo Conselho de Sentença formado por sete jurados, sendo presidido pela juíza Marilene Parizotto Campagna, titular da Vara Judicial da Comarca de Planalto. 

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