Caso de mãe e filhas mortas em Sorriso foi solucionado em menos de uma hora, diz delegado
O suspeito do crime foi encaminhado ao presídio de helicóptero para não ser linchado pela população
A Polícia Civil conseguiu identificar Gilberto Rodrigues dos Anjos como o responsável pelas mortes de uma mulher e as três filhas dela após encontrarem uma pegada de chinelo deixada sobre uma poça de sangue seco e um tufo de cabelos. A solução do caso ocorreu após uma hora, conforme informou ao UOL, o delegado Bruno França Ferreira.
Cleici Calvi Cardoso, 46, Miliane Calvi Cardoso, 19, e as irmãs, 13 e 10 anos foram encontradas mortas em Sorriso, no Mato Grosso, nessa segunda-feira (27). O suspeito trabalhava em uma obra ao lado da residência da família, no condomínio Florais da Mata. No local do crime havia objetos quebrados e moveis revirados. Os peritos encontraram uma marca de uma pegada de chinelo e um tufo de cabelos nas mãos de uma das vítimas.
"Sem ele saber, fizemos uma pesquisa de antecedentes e descobrimos que ele tinha duas prisões em aberto. Uma pela comarca de Lucas do Rio Verde por crime sexual, e outro pela comarca de Mineiros, em Goiás, por latrocínio. O crime sexual, pela descrição, foi muito parecido com o que ele cometeu contra as mulheres aqui em Sorriso. A diferença é que a mulher em Lucas do Rio Verde sobreviveu", disse o delegado.
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Identificação inicial do suspeito
Ferreira descreveu que o suspeito estava nervoso ao responder os questionamentos dos agentes.
"Após chegarmos ao local do crime, identificamos que ao lado da residência havia uma casa em construção. Fomos até lá para ouvir os trabalhadores e notamos que apenas um demonstrava comportamento diferente. Enquanto os demais estavam curiosos, ele tentava se esquivar das perguntas", afirmou Ferreira.
Ainda conforme o responsável pelo caso, o homem relatou que não ouviu nenhum barulho na casa das vítimas no momento do crime.
Chinelos
A pedido da investigação, foi solicitado os chinelos do suspeito para perícia. Ferreira ainda descreve que percebeu uma falha nos cabelos de Gilberto.
"Além disso, quando fui confrontá-lo notei que em sua cabeça havia uma falha nos cabelos, o que indicava que o tufo que encontramos na mão de uma das vítimas pertencia a ele. Foi quando ele decidiu confessar os crimes. Ele justificou que estava sob efeito de drogas, mas acredito que o crime tenha sido premeditado. Ele estava morando na obra ao lado, ele devia saber, por exemplo, que o marido da vítima, caminhoneiro, estava viajando no dia do crime", contou Ferreira.
O delegado ainda relata que o suspeito sabia da existência dos dois cães que havia na casa das vítimas. O suspeito, após matar a família, contou que saiu pela mesma janela que entrou e retornou ao serviço de construção. Ele guardou as vestimentas do crime em um contêiner, que foi localizado pela Polícia e será periciado.
No local também havia uma roupa íntima que pertencia a uma das vítimas. Gilberto foi transferido de helicóptero para a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira.