Caso Caio: menino de 7 anos é encontrado morto embaixo da cama de irmão, que confessa crime

Investigadores apreenderam no quarto do suspeito um caderno com mensagens que exaltavam morte e sangue

Escrito por Redação ,
Imagem de Guilherme, jovem de 19 anhos preso por supostamente mater irmão de 7 anos e esconder parte do corpo embaixo da própria cama, em São Paulo
Legenda: Delegado detalhou que indivíduo disse que, há um mês, planejava realizar um homicídio, e aproveitou que ficou sozinho com o parente para cometer o crime
Foto: reprodução/RecordTV

O corpo do menino Caio França de Alcântara, de 7 anos, foi encontrado, nessa quarta-feira (27), embaixo da cama do irmão, no bairro Jardim Ângela, na Zona Sul de São Paulo. A criança estava desaparecida desde o dia anterior, após a mãe o deixar aos cuidados do filho mais velho para ir trabalhar. O jovem de 19 anos foi preso. 

Objetos que estavam no cômodo, entre eles um caderno com supostas anotações sobre formas de cometer assassinatos, foram apreendidos e encaminhados para perícia. Uma parte do cadáver da vítima foi encontrada em sacos de lixo embaixo da cama do suspeito, enquanto a outra estava no armário. 

Um dessas anotações [no caderno] ele exaltava 'morte', 'sangue', e isso chamou a atenção dos investigadores. E, a partir daí, eles começaram a fazer uma inspeção mais apurada na residência. E no quarto do Guilherme, embaixo da cama e dentro de um armário, foram encontrados dois sacos pretos, para embalagem de lixo, e dentro desses a parte superior de Caio embaixo da cama, e a inferior no armário", detalhou à RecordTV o delegado Ricardo Igarashi.

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Ainda conforme o policial, Guilherme relatou que, há um mês, planejava realizar um homicídio, e aproveitou que ficou sozinho com o irmão para cometer o crime. A criança tinha transtorno do espectro autista (TEA). 

Segundo o jornal O Globo, a escola onde a vítima estudava, Professor Herculano de Freitas, decretou luto pela morte do aluno.

Em nota ao Diário do Nordeste, a Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a Polícia solicitou a conversão da prisão em flagrante do jovem em prisão preventiva à Justiça.

30 minutos sozinho com suspeito

Segundo a reportagem da RecordTV, o suspeito ficou sozinho com a vítima por cerca de 30 minutos, na terça-feira, entre a saída da mãe de casa e a chegada do pai do trabalho. Ao notar o sumiço do filho, o pai teria questionado sobre o paradeiro dele a Guilherme, que disse não saber onde o garoto poderia estar e impediu a entrada do familiar no quarto

Naquele dia, a criança chegou a pedir para acompanhar a mãe no emprego, mas ela negou a possibilidade. "Como ele queria ir comigo, imaginei, no começo, que ele tinha ido atrás [de mim]", detalhou Juliana de França à emissora. No entanto, câmeras de segurança próximas à residência da família não registraram a saída do menino de casa.

O corpo do garoto foi encontrado pelos policiais, esquartejado e escondido no cômodo do irmão, no dia seguinte ao desaparecimento.  

O quarto do menino cheirava muito e também tinha muito cheiro de perfume. Então parecia que ele tentou ocultar o cheiro [do cadáver]", detalhou o vizinho da família, Jeferson de Oliveira, à RecordTV.  

Histórico de violência

Ainda conforme a emissora, Guilherme se envolveu em episódios violentos desde a adolescência. O primeiro deles teria acontecido quando tinha 12 anos, quando teria ameaçado a própria mãe com uma faca quando ela estava grávida de Caio. 

Em 2019, ele teria planejado um ataque violento a uma escola, que foi frustrado, conforme disse um vizinho à RecordTV. Ainda segundo o relato, Guilherme usaria medicamento controlado.   

"A gente tem um boletim de ocorrência, registrado em 2019, da escola sobre supostos ataques que estariam sendo planejados pelo Guilherme e outros alunos. [Na época], ouvimos todo mundo e eles negaram, disseram que foi uma brincadeira. Isso gerou um inquérito policial aqui, na 100º DP. Não se apurou se realmente seria verdade esse ataque ou se trataria de uma brincadeira para assustar os demais colegas e professores", disse o delegado Ricardo Igarashi.  

 

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