Cantor sertanejo é preso pela PF por fraudes na compra de respiradores para Covid

Almir Mattias é um dos alvos da Operação Ar Puro, que investiga a aquisição de respiradores fraudados com dinheiro da União

Escrito por Redação ,
Almir Mattias
Legenda: Cantor Almir Mattias é investigado por fraudar a compra de respiradores para o tratamento da Covid-19 em Guarujá, no litoral de São Paulo
Foto: Arquivo Pessoal

O empresário e cantor sertanejo Almir Mattias foi preso na manhã desta quarta-feira (31) em São Paulo. Ele foi alvo da Operação Ar Puro, da Polícia Federal (PF), e é investigado por fraudar a compra de respiradores para o tratamento da Covid-19 em Guarujá. As informações são do g1

De acordo com a PF, os equipamentos adquiridos eram proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por não serem eficientes no tratamento da doença respiratória causada pelo coronavírus.

Os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão e prisão na cidade de São Paulo. Após ser detido, Matias foi levado para a sede da PF em Santos, onde foi indiciado pelos crimes de corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Outros alvos da operação não foram divulgados. 

Almir Matias é suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção que teria desviado 70% do valor que recebeu para gerenciar os serviços públicos da saúde da Prefeitura de Guarujá. Entre os R$ 153 milhões pagos para investir na área, ele ficou com R$ 109 milhões.

Impulsionar a carreira

Uma parte da fortuna desviada com dinheiro da União, ainda conforme a PF, foi para tentar impulsionar a carreira musical do empresário, que se diz cantor profissional. 

Outra parte do dinhero teria ido para empresas ligadas ao cantor. Uma delas, um salão de beleza ganhou R$ 12 milhões em plena pandemia de Covid-19. A defesa do empresário não se manifestou até a publicação desta reportagem. 

Respiradores
Legenda: A Operação Ar Puro investiga a aquisição de respiradores fraudados com dinheiro da União
Foto: Divulgação/Polícia Federal

Prefeito de Guarujá

A Polícia Federal suspeita que organização criminosa era liderada pelo prefeito de Guarujá, Valter Suman, e a primeira-dama Edna Suman, tendo ainda o secretário de Educação, Marcelo Nicolau, como operador das transações.

O prefeito negou ter proximidade com Almir Matias em entrevista ao Fantástico. No entanto, há registros de mensagens trocadas com a primeira-dama, Edna Suman, pedindo para ela buscar R$ 50 mil com Almir Matias.

Segundo as investigações, essa ação é propina. O prefeito Valter Suman chegou a ser preso, mas atualmente responde em liberdade.

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