Câmara pede ao STF prisão de Danilo Gentili após ataques a deputados
Processo solicita também bloqueio das mensagens do humorista e investigação sobre atos antidemocráticos
A Câmara dos Deputados solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do humorista e apresentador Danilo Gentili. O pedido, protocolado no sábado (27), possui base na Lei de Segurança Nacional e foi motivado por mensagem do artista. Em publicação, ele solicitou que a população entrasse no Legislativo e "socasse todo deputado" envolvido na discussão da proposta de emenda constitucional (PEC) da imunidade parlamentar.
No entanto, o registro da ação só foi validado no STF nesta terça-feira (2), logo após o Supremo decretar prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Em uma série de vídeos publicados nas redes sociais, o parlamentar fez apologia ao Ato Institucional nº 5, criado durante a ditadura militar no Brasil, e afirmou que gostaria de ver ministros "espancados".
Caso do humorista
O processo com pedido para prisão de Gentili é de autoria do deputado Luís Tibé (Avante-MG), procurador-parlamentar da Câmara. A solicitação também é direcionada à rede social, com um pedido adicional para bloqueio das mensagens do humorista, sob pena de multa de R$ 100 mil.
Além disso, os advogados representantes da Casa, responsáveis pela formulação do processo, requisitaram uma investigação direta contra Gentili no inquérito do STF sobre atos antidemocráticos.
“A continuidade das falas e a gravidade delas exige que o Poder Judiciário execute medidas drásticas na busca da pacificação social e restituição da ordem constitucional”, diz a peça oficial. A Câmara também pede a distribuição do processo ao ministro Alexandre de Moraes.
Resposta de Gentili
Ainda na segunda-feira (1), Danilo Gentili disse ter recebido "justas críticas" após o caso. "Quem me segue sabe que sempre defendi as instituições. Aliás, minha briga com bolsonaristas foi justamente pelo fato de eu ser contrário aos pedidos criminosos de fechamento do STF e do Congresso", relatou.
A mensagem inicial, com as críticas, havia sido publicada na última sexta (26), gerando revolta pelos deputados. No entanto, ela foi apagada em sequência pelo humorista.