Papa defende vacinas e faz críticas à desinformação sobre Covid-19
Segundo o pontífice, "as vacinas não são instrumentos mágicos de cura, mas representam, certamente, junto aos tratamentos que estão sendo desenvolvidos, a solução mais razoável para a prevenção da doença
Durante tradicional discurso de início do ano, nesta segunda-feira (10), o Papa Francisco pediu à comunidade internacional para "continuar os esforços" para a realização das campanhas nacionais de imunização contra a Covid-19. Segundo o líder da Igreja Católica, "as vacinas não são instrumentos mágicos de cura, mas representam, certamente, junto aos tratamentos que estão sendo desenvolvidos, a solução mais razoável para a prevenção da doença".
Francisco também criticou a desinformação, a qual classificou como "notícia sem fundamento". "Infelizmente, cada vez mais constatamos como vivemos em um mundo de fortes contrastes ideológicos. Muitas vezes nos deixamos influenciar pela ideologia do momento, geralmente baseada em notícias sem fundamento ou em fatos pouco documentados", disse o pontífice.
Além da defesa da vacinação, Francisco ainda citou a chamada "cultura do cancelamento".
"Como já afirmei em outras ocasiões, considero isso uma forma de colonização ideológica, que não deixa espaço para a liberdade de expressão e agora se dá na forma de uma 'cultura de cancelamento' invadindo muitos círculos e instituições públicas. Sob o pretexto de defender a diversidade, acaba anulando todo o sentido de identidade, com o risco de silenciar posições que defendem uma compreensão respeitosa e equilibrada das várias sensibilidades", explicou.
Em tom de preocupação, Francisco encerrou o discurso falando da produção de armas nucleares. Para o papa, é de "suma importância" que o acordo nuclear do Irã seja retomado. "Um mundo sem armas nucleares é possível e necessário. A Santa Sé continua insistindo que as armas nucleares são instrumentos inadequados para responder às ameaças à segurança no século XXI e que sua posse é imoral", declarou.