Cearense em Jerusalém relata tensão com ataque do Irã: ‘Em alerta e se protegendo’

Desde a manhã do sábado o governo israelense já estava divulgando informações para a população

Escrito por Gabriela Custódio , gabriela.custodio@svm.com.br
A jornalista cearense Suyane Lima está em Jerusalém para estudar a religião judaica
Legenda: A jornalista cearense Suyane Lima está em Jerusalém para estudar a religião judaica
Foto: Reprodução/Instagram

Era por volta de 1h45 da manhã de domingo (14) em Jerusalém — aproximadamente 19h45 de sábado (13) no horário de Brasília — quando o alarme soou e a jornalista cearense Suyane Lima precisou acordar e correr para o bunker do prédio onde mora. A ela e às demais estudantes que já tinham passado por situações parecidas coube a condução das meninas que estavam presenciando o movimento pela primeira vez. "Pega água, pega seu documento e coloca um sapato ou uma sandália. Vamos descer", lembra. As sirenes tocaram em vários pontos de Israel devido a um ataque do Irã com mísseis e drones.

Elas ficaram lá por dez minutos até poderem voltar para o apartamento. Nesse tempo, algumas meninas estavam mais nervosas, "falando bastante". "Mas é bom que fique em silêncio, porque, depois que (a sirene) termina de soar, a gente precisa ficar no bunker por dez minutos. Se não conseguir escutar algum possível outro alarme, então a gente pode estar em uma situação de perigo", explica.

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Desde as 11h da manhã do sábado, no horário local, o governo já estava divulgando informações para a população, como o que levar para o bunker, onde eles estão localizados e como se proteger caso a pessoa esteja fora de casa.

A jovem, que está em Israel para estudar a religião judaica, classifica o atual momento como "muito tenso" e fala sobre a apreensão também por quem não está por perto. "As sirenes começaram a tocar 1h30 da madrugada, mais ou menos, em vários pontos do país. E mesmo morando em uma região, sempre temos amigos e familiares em outras áreas que também estão em alerta vermelho", diz.

Para Suyane, esse é um dos momentos "mais tensos" desde que começou a guerra. "Mas a gente fica em alerta e se protegendo. É o que a gente pode fazer agora", diz a jornalista.

Ao longo do dia, ela conta que o governo também tem emitido alertas de áreas com probabilidade de caírem mísseis, além de indicações "básicas" que são repassadas desde o início da guerra, como evitar caminhar na rua muito tarde e lugares muito movimentados. "Geralmente, (os locais mais cheios) são os principais alvos de ataques terrorista."

⁠Evitar fazer parte de aglomerações e protestos também é uma recomendação da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, conforme alerta emitido no começo da noite de sexta-feira (12) — horário de Brasília. Entre as instruções, também estão: verificar se o passaporte brasileiro ou israelense tem ao menos seis meses de validade e baixar o aplicativo do Home Front Command, ferramenta governamental que notifica sobre riscos.

ATAQUE DO IRÃ CONTRA ISRAEL

O Irã lançou, neste sábado (13), drones e mísseis contra Israel. A missão permanente da Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o ataque foi uma "defesa legítima" após um bombardeio contra o consulado iraniano em Damasco, na Síria, no dia 1º de abril.

Mais cedo, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, havia dito, em comunicado, que Israel estava preparado para eventuais ataques do Irã. “Determinamos um princípio claro: quem nos ferir, também será ferido. Nos defenderemos contra qualquer ameaça e faremos isso com equilíbrio e determinação”, afirmou.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, também afirmou neste sábado que o “malicioso regime sionista” será punido. “O próprio malicioso, que é todo maldade, maldade e erro, acrescentou outro erro aos seus próprios erros ao lançar um ataque ao consulado iraniano na Síria.”

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