Aquecimento global deixa estações de esqui no Himalaia sem neve no inverno
Tempo inesperado está afetando a economia local
Destino famoso entre esquiadores e praticantes de snowboard, a cidade de Gulmarg, no Himalaia, quase não registrou neve este ano, mesmo estando em pleno inverno. O episódio é reflexo dos efeitos do aquecimento global na região, e tem afastado turistas das estações de esqui e dos resorts, afetando a economia local.
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De acordo com informações do The New York Times, o município asiático costuma ficar coberto de neve entre os meses de dezembro e março, mas, em 2024, a situação mudou e até mesmo o cume de Gulmarg, a 4,3 mil metros de altitude, apresenta vastas extensões de terra em tons marrons e verdes, em vez do esperado branco gélido.
A ausência de neve afetará o setor turístico significamente, segundo Javed Rehamn, que trabalha na área. Para ele, o clima gélido da cidade é importante para atrair visitantes. “Durante os invernos, Gulmarg, para a maioria dos turistas, é o destino mais importante no itinerário deles, com outros lugares como complementos”, explicou ele.
Reforçando o argumento do colega de profissão, Mohammad Asadullah Hajam, gerente de um hotel local, afirmou que o setor hoteleiro tem sofrido com cancelamentos: “Cerca de 50% dos cancelamentos são feitos por turistas estrangeiros. É daí que vem a maior parte da nossa receita”.
Rehamn ainda destacou que a situação foi diferente no ano passado, quando um resort chegou a prolongar a temporada de esqui em 15 dias devido à grande quantidade de clientes, e mais de um milhão de viajantes utilizaram o teleférico até o pico da cidade.
Sem os visitantes, centenas de puxadores de trenó, vendedores e instrutores de esqui podem perder seus empregos nos próximos meses. Algumas lojas de aluguel de equipamento para esqui, inclusive, já fecharam as portas.
AQUECIMENTO GLOBAL
Assim como a maior parte do sul asiático, Gulmarg está enfrentando uma seca prolongada e ondas de calor severas. Consultados pelo jornal norte-americano, meteorologistas indianos explicaram que o tempo inesperado está relacionado ao aquecimento global e ao El Niño.