Nasa lança o foguete mais poderoso do mundo para a Lua

Voo de teste não tripulado busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação para a Lua

Legenda: O foguete subiu com uma gigantesca bola de fogo à 1h47 local (3h47 pelo horário de Brasília) do Centro Espacial Kennedy, nos EUA
Foto: RED HUBER / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP

O foguete SLS (Space Launch System ou Sistema de Lançamento Espacial) da Nasa, o mais potente do mundo, decolou nesta quarta-feira (16) da Flórida com destino à Lua. É a primeira missão sem tripulação do programa Artemis da Agência Espacial dos Estados Unidos.

Após dois cancelamentos há alguns meses por problemas técnicos e depois das passagens de dois furacões que adiaram o lançamento por várias semanas, a terceira tentativa teve sucesso. O foguete subiu com uma gigantesca bola de fogo à 1h47 local (3h47 pelo horário de Brasília) do Centro Espacial Kennedy.

A missão Artemis 1 deve durar 25 dias, com várias etapas delicadas.

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Voo teste para a Lua

Cinquenta anos após a última missão Apollo, este voo de teste não tripulado, que sobrevoará a Lua sem pousar em sua superfície, busca confirmar se o veículo é seguro para transportar uma futura tripulação. O lançamento representa um grande início do programa Artemis, que pretende levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra à Lua.  

O objetivo é estabelecer uma presença humana duradoura na Lua, como preparação para uma viagem à Marte. 

"Este foguete custou muito suor e lágrimas", declarou na terça-feira (15) o diretor da Nasa, Bill Nelson. "Nos permitirá voar até a Lua e voltar durante décadas", afirmou.

Como foi o lançamento do foguete

Assim como nas duas tentativas frustradas anteriores de decolagem, a Nasa teve dificuldades para abastecer o foguete com combustível criogênico (mais de 2,7 milhões de litros de hidrogênio e oxigênio líquidos). 

Durante a tarde foi detectado um vazamento de combustível de hidrogênio, altamente inflamável, na base do foguete, o que forçou o envio de uma equipe de técnicos à plataforma de lançamento para fazer reparos e interrompeu os preparativos durante quase uma hora, provocando um pequeno atraso no programa original de lançamento. 

A primeira tentativa de decolagem, há alguns meses, foi cancelada no último momento por um sensor defeituoso, e a segunda por um vazamento de hidrogênio.

Depois dos problemas técnicos, dois furacões - Ian e Nicole - provocaram o adiamento por várias semanas.

Nesta quarta-feira, imediatamente após o lançamento, as equipes do centro de controle de Houston (Texas) assumiram o controle. Após dois minutos, os dois propulsores brancos caíram no Atlântico.

Após oito minutos, a fase principal se separou do foguete. Quase hora e meia após a decolagem, um último impulso da fase superior colocará a cápsula Orion a caminho da Lua, onde chegará em alguns dias.

Órbita e volta para a Terra

A cápsula permanecerá em uma órbita distante, por quase uma semana, aventurando-se por até 64 mil quilômetros no lado oculto da Lua, um recorde para uma cápsula habitável. 

Depois, a Orion iniciará o retorno à Terra e testará seu escudo térmico, o maior já construído. Ao atravessar a atmosfera, a cápsula terá que suportar temperaturas que alcançam metade da temperatura da superfície do Sol.

O pouso no Oceano Pacífico está previsto para 11 de dezembro. 

Nova era da exploração do universo

Depois do foguete Saturn V das missões Apollo e após os ônibus espaciais, o SLS inaugura nova era de exploração humana, desta vez do espaço profundo. 

Em 2024, Artemis 2 levará os astronautas à Lua, mas sem pousar no satélite. Esta "honra" será reservada para a tripulação do Artemis 3, provavelmente em 2025. 

A Nasa planeja ter uma missão anual para construir uma estação espacial em órbita ao redor da Lula e uma base em seu polo sul. O objetivo é testar novos equipamentos como trajes, veículos, uma minicentral elétrica ou testar o uso de água gelada no local. Tudo isto para estabelecer uma presença humana duradoura.

O experimento tem a meta de preparar um voo tripulado para Marte, talvez no fim da década de 2030. Esta viagem, de uma escala completamente diferente, demoraria pelo menos dois anos para ser concluída.


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