A descoberta se confirmou quando cientistas perceberam que existem lacunas onde deveria haver planetas
Cientistas da Nasa estão se deparando com um fenômeno curioso: a massa de muitos exoplanetas (aqueles detectados fora do Sistema solar) está diminuindo. Segundo um artigo publicado no "Science Alert", em 20 de novembro, há mais de cinco mil exoplanetas descobertos pela agência espacial americana. Eles podem ser gigantes gasosos como Júpiter, globos do tamanho do planeta Terra ou mesmo bem pequeninos, com a densidade de algodão doce. No entanto, o que espanta os estudiosos é uma lacuna onde deveria haver planetas com cerca de 1,5 e 2 vezes o diâmetro da Terra.
Há muitas "super-Terras" (planetas que têm até 1,6 vezes a largura do nosso planeta) e muitos sub-Neptunos (com cerca de 2 e 4 vezes o diâmetro da Terra), mas quase não existem planetas intermediários.
“Os cientistas de exoplanetas têm dados suficientes agora para dizer que esta lacuna não acontece por acaso. Há algo acontecendo que impede os planetas de atingir e/ou permanecer neste tamanho”, referiu Jessie Christiansen, cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), localizado em Pasadena e líder científica do projeto "Exoplanet" da Nasa.
Segundo os cientistas, isto pode ocorrer devido ao fato de alguns sub-Neptunos encolherem – ou seja, perdem as suas atmosferas até ficarem tão pequenos como uma super-Terra. De acordo com a investigação de Christiansen, os planetas encolhem porque a radiação dos núcleos empurra as suas atmosferas para o espaço, referiu a especialista, num estudo publicado no "The Astronomical Journal".
Outro motivo
Há uma segunda hipótese, chamada "fotoevaporação", que teoriza que a atmosfera de um planeta é dissipada pela radiação da sua estrela hospedeira. Este processo, no entanto, ocorre quando um planeta tem 100 milhões de anos – e a perda de massa alimentada pelo núcleo pode acontecer mais perto do bilionésimo aniversário do planeta.
Para testar as duas hipóteses, a equipe de Christiansen examinou aglomerados de planetas com mais de 100 milhões de anos, que devem ter aproximadamente a mesma idade das suas estrelas hospedeiras. Além disso, tais planetas podem ter experimentado a fotoevaporação embora não o suficiente para a perda de massa alimentada pelo núcleo.
Os cientistas descobriram que a maioria deles manteve a sua atmosfera, tornando a perda de massa alimentada pelo núcleo a causa mais provável. “No entanto, trabalhos recentes sugerem uma sequência contínua de perdas de massa onde operam ambos os processos”, concluiu Christiansen.