Eficácia de uma única dose da Pfizer é menor em relação a algumas variantes, diz estudo

Artigo publicado na revista The Lancet afirma que a D1 do laboratório é menos eficaz que variantes da Inglaterra, Índia e África do Sul

Escrito por
Diário do Nordeste/AFP producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:08)
Legenda: Os pesquisadores avaliaram a produção de anticorpos protetores de pessoas vacinadas com o imunizante
Foto: Fred Tanneau/AFP

Uma única dose da vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech tem eficácia menor contra variantes descobertas na Inglaterra, Índia e África do Sul do que a cepa original. A informação consta em um estudo publicado nesta sexta-feira (4) na revista médica The Lancet. No entanto, os autores do artigo alertam que esses resultados não são conclusivos e que outros estudos com a população real são necessários. 

Veja também

"Embora tais resultados laboratoriais sejam úteis (...), os níveis de anticorpos por si só não são suficientes para determinar o nível de eficácia das vacinas, e estudos populacionais reais também devem ser realizados", aponta em comunicado o Francis Crick Institute de Londres, que realizou este trabalho em parceria com o Instituto Nacional Britânico de Pesquisa em Saúde (NIHR).

Os pesquisadores avaliaram a produção de anticorpos protetores, chamados de neutralizadores, de pessoas vacinadas com Pfizer/BioNTech, colocando amostras de sangue em contato com várias versões do vírus: as primeiras versões descobertas em Wuhan (China) e a que dominou a Europa em meados de 2020, a variante Alpha (detectada na Inglaterra), Beta (na África do Sul) e Delta (na Índia). 

"Após uma única dose da Pfizer/BioNTech, 79% das pessoas tiveram uma resposta detectável de anticorpos à cepa original, mas esse nível caiu para 50% contra a variante Alfa, 32% contra Delta e 25% contra Beta", conforme o artigo.

Emma Wall, uma das pesquisadoras, reforçou a importância da aplicação da D2. "É essencial garantir proteção suficiente para evitar ao máximo as hospitalizações. Nossos resultados sugerem que a melhor maneira de conseguir isso é administrando rapidamente a segunda dose". 

Intervalo

Assim, o estudo celebra a recente decisão do Reino Unido de reduzir o intervalo entre as duas doses da vacina Pfizer, de no máximo três meses para oito semanas, para maiores de 50 anos e os mais vulneráveis. 

Apesar disso, os autores reconhecem que "os níveis de anticorpos não são a única forma de determinar a eficácia das vacinas e que mais estudos são necessários na população real." 

Paralelamente, o estudo mostrou que, após as duas doses da vacina da Pfizer, o nível de anticorpos protetores foi menor na presença de Delta do que nas outras duas variantes, corroborando pesquisas anteriores, como a do Instituto Pasteur da França.

Assuntos Relacionados