Novas prisões para o grupo de extermínio

Escrito por Redação ,
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Promotor denuncia os acusados por mais dois assassinatos em Fortaleza. Juiz decreta as novas preventivas

A Justiça decretou, ontem, mais duas prisões preventivas contra os seis homens acusados de formar um grupo de extermínio responsável por vários assassinatos em Fortaleza. Os crimes ocorreram entre 2004 e 2007. Pelo menos dez crimes de morte são atribuídos ao grupo que era liderado por um empresário do ramo de madeireira e tinha como componentes policiais militares, pistoleiros e falsos seguranças.

As duas prisões preventivas foram decretadas pelo juiz de Direito, Jucid Peixoto do Amaral, titular da Quinta Vara do Júri, que acolheu as denúncias e os pedidos de custódia, elaborados pelo promotor de Justiça, Luiz Alcântara Costa Andrade.

Dos seis acusados dos crimes, cinco já estão presos. São eles: o empresário Firmino Teles de Menezes; o policial militar Pedro Cláudio Duarte Pena (cabo PM Pena), o pistoleiro Sílvio Pereira do Vale Silva, o ´Sílvio Pé-de-Pato; além dos falsos seguranças Rogério do Carmo Abreu e Paulo César Lima de Sousa, o ´Paulão´.

O sexto acusado, Claudenor Ribeiro Alexandre, o ´Nono´, estava preso, mas foi libertado por ordem da Justiça. Agora, voltou a ser fugitivo.

As duas denúncias formuladas pelo promotor Luiz Alcântara são relativas a dois assassinatos ocorridos em Fortaleza. Os indícios apontam que o grupo foi o responsável pelo assassinato de Francisco Tomé Filho e Gilberto Soares Duarte. O primeiro, foi morto, com vários tiros de pistola, no dia 10 de dezembro de 2004, na Churrascaria ´Tioca´, localizada na Avenida Lineu Machado, bairro João XXIII (Zona Sul da Capital).

O segundo crime foi praticado no começo da manhã do dia 25 de agosto de 2006, na Avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Jóquei Clube.

Indefesa

Em ambas as ocasiões, as vítimas foram atacadas de surpresa e não tiveram chances de se defender, sendo mortas com vários tiros disparados por homens que estavam em motocicletas. Para a Justiça, o principal executor foi o pistoleiro ´Sílvio Pé-de-Pato´, tendo como mandante o empresário Firmino Teles.

Segundo narram as denúncias do MP, os crimes tiveram como pano de fundo um litígio comercial que acabou se transformando em intriga pessoal entre Firmino Teles e seu ex-sócio e dono da Madeireira São Francisco, Reinaldo Marinho. As vítimas eram ex-funcionárias da empresa e passaram a atuar como testemunhas em favor do ex-sócio de Firmino.

Por conta disso, os dois homens acabaram sendo eliminadas. Francisco Tomé foi o primeiro a ser assassinado. “Era uma pessoa destemida e fazia as cobranças contra o Firmino”, diz a denúncia do promotor. Já Gilberto Soares Duarte “era uma testemunha-chave contra Firmino e um dos poucos que o enfrentavam.”

Os mesmos acusados foram também pronunciados pela morte do comerciante Luiz Miguel Neto, em 27 de abril de 2007. Todos já foram julgados e condenados, em setembro.

Fernando Ribeiro
Editor

PROTAGONISTAS
Força-tarefa identificou quadrilha no ´grampo´

Paulo César de Sousa

O falso segurança Paulo César Lima de Sousa, o ´Paulão´, fazia parte do grupo. É apontado como autor de vários homicídios. Em setembro último, foi condenado a 17 anos de prisão pelo assassinato do empresário Luiz Miguel

Sílvio Pereira do Vale

O pistoleiro Sílvio Pereira do Vale Silva, o ´Pé-de-Pato´, é apontado como o principal assassino da quadrilha. Frio, ele nega os crimes, mas a Polícia e a Justiça já provaram a participação dele nos homicídios, através do grampo telefônico

Pedro Cláudio Pena

O cabo PM Pedro Cláudio Duarte Pena nega os delitos, mas também foi descoberto através da escuta telefônica feita pela força-tarefa da Polícia Civil e do Ministério Público. Ele dava cobertura e fornecia armas aos executores

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